sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A NOSSA COLABORAÇÃO NA ARTE BARROCA

Depois de vários anos de preparação, o Museu Virtual à Descoberta da Arte Barroca está finalmente on line em www.museumwnf.org ou www.discoverbaroqueart.org, ou, simplesmente, em Museu Sem Fronteiras desde 21 de Janeiro de 2010. Oito países europeus, incluindo Portugal, participaram na criação deste segundo ciclo temático do Museu Virtual, implementado pelo Museu Sem Fronteiras, dando assim origem ao maior Museu Virtual de todo o mundo. Segundo os princípios orientadores do Museu Sem Fronteiras, que defendem a contextualização dos artefactos expostos e desvendam tesouros desconhecidos, trazendo-os para a ribalta, o Museu Virtual À Descoberta da Arte Barroca conjuga peças barrocas europeias, desconhecidas do grande público, com obras de arte universalmente conhecidas. Nós colaboramos, desde o início, em representação do Bom Jesus do Monte, de Braga,  como Curatorial Collaborators.
Ver http://www.discoverbaroqueart.org/mwnf_credit.php

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

GESTO SOLIDÁRIO COM A MADEIRA

APTOPIX Spain Soccer La Liga

Todos conhecem o Grupo de Jovens de Tibães, o seu trabalho, os seus objectivos, as suas vozes.
Ainda, recentemente, comemoraram mais um aniversário, pois foi fundado em 31 de Janeiro de 1987. 
Por solicitação do Rui Correia, informamos que o Grupo de Jovens de Tibães tomou a iniciativa de celebrar uma missa em memória das vítimas do temporal do Arquipélago da MADEIRA, no próximo dia 6 de Março, pelas 19.30 hs, na Capela da Sr.ª do Ó. Simultaneamente o Grupo de Jovens promoverá a recolha de donativos para as vítimas deste infortúnio. Os donativos serão entregues à Caritas.

FREI ANTÓNIO DO DESTERRO

Natural de Viana do Castelo. Foi formado na Escola Beneditina de Tibães. Frei António (António Malheiros Reimão) era Doutorado em Teologia pela Universidade de Coimbra. Foi nomeado Bispo do Rio de Janeiro no dia 18 de Janeiro de 1747. Foi o titular do Bispado de São Sebastião do Rio de Janeiro até 1773.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

TIBÃES E O CONDADO PORTUCALENSE

Mendo II Gonçalves, (945 - 1 de Outubro de 1008), foi morto num ataque Viking à Galiza. Mendo, casou com a Condessa Tudadomna. Foi Conde de 999 a 1008.
Alvito Nunes, casou com a Condessa Tudadomna. Foi Conde de 1008 a 1015.
Ilduara Mendes, filha de Mendo Gonçalves e de Tudadomna, casou com Nuno I Alvites, filho de Alvito Nunes e Gontina, foi Conde de 1015 a 1028.
Mendo III Nunes, foi Conde de 1028 a 1050. Morreu em combate.
Nuno II Mendes foi Conde de 1050 a 1071, último descendente conhecido de Vimara Peres, foi derrotado pelo rei Garcia II da Galiza. Era filho de Mendo III Nunes, a quem sucedeu em 1050. As suas aspirações a uma maior autonomia do Condado Portucalense em relação ao reino da Galiza, levaram ao confronto com o rei Garcia II; reclamou a independencia e o titulo de rei, em 1070. Foi  derrotado e morto na batalha  do Pedroso, perto do Mosteiro de Tibães.
O primeiro Condado Portucalense foi, assim, extinto e absorvido pelo reino da Galiza, na pessoa do rei Garcia II. O Condado seria restaurado na pessoa do Conde D. Henrique de Borgonha.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

FOTOS DA POPULAÇÃO DE TIBÃES

Fotos tiradas, aproximadamente, em 1928.
Na foto da direita, podemos observar, no primeiro plano, da esquerda para a direita: desconhecido, desconhecida, Manuel Peixoto, Aurora do Peixoto, Francisca Rosa (da Amieira), Maria Gomes (esposa do Zé do Anjo), José Coelho (do Anjo), Anjerca.
No segundo plano, da esquerda para a direita: desconhecido, desconhecida, Esposa de Manuel Maria Dias Gomes, Cândida Dias Gomes (Esposa do Peixoto), Maria Dias Gomes (esposa do José do Pinheiro), desconhecida, desconhecida, Cândida da Eira, Maria da Eira, Andresa da Amieira, Anjerca.
No terceiro plano, da esquerda para a direita: desconhecido, desconhecido, desconhecido, desconhecida, criança, Aurora Gonçalves, José Dias Gomes com filho Manuel ao colo, José da Conceição Peixoto (26-01-1898/17-01-1986), Manuel Gomes (Caniças) pai de José Dias Gomes, Jerónima Dias de Carvalho (Esposa de Manuel Gomes), Marques (Proprietário do Mosteiro de Tibães).
Em último plano da esquerda para a direita: Domingos Dias Gomes, Manuel Maria Dias Gomes, e um Indivíduo com apelido Maria Benta.

Mei Bisavó Meu avô e Bisavô

PASSEIO DO PATRONATO

Mostramos, agora, uma foto dos associados do Patronato de Tibães, por ocasião de um convívio ao Porto e à Póvoa de Varzim.
De entre o vasto grupo de elementos, pode observar-se o Silvestre Coelho, o Maroteira, o Gaspar Capa, o José Coelho, o Francisco Catrina, o Manuel Mouro, o Joaquim Sapateiro, entre outros.
Esta passeio ocorreu no dia 28 de Setembro de 1941.

28-09-1941, Patronato

BULAS PAPAIS SOBRE TIBÃES

- De 13 de Março de 1254:

INOCÊNCIO IV ao Arcediago de Barcarena, ao Chantre e Mestre-Escola João de Vila Verde (Itilaviridi) cónego em Lisboa. --- BULA Sua nobis em que lhes manda tomar conhecimento e resolverasdívidas que existiam entre o Arcebispo de Braga e os Abades e conventos dos Mosteiros de Tibães, Landim, Ozo e de outros, e os reitores e clérigos da diocese que se recusavam a pagar a terça parte dos mortuários dos defuntos que enterravam nas suas igrejas e cemitérios.
"Dat. Laterani III idus Mardi Pontificatus nostri Anno XI" (A.D.B., Gav. dos Mosteiros, doc. 58, orig. sem selo).
- De 8 de Fevereiro de 1417:
O CONCILIO DE CONSTANÇA ao Abade do Mosteiro de Tibães. --- BULA Exhibita nobis na qual lhe manda que obrigue, se necessário fôr com censuras, Martim Afonso e outros a restituir à mesa Arqulpiscopal os bens que dela tinham ilegitimamente em seu poder. "Dat. Constantie VI idus Februarii anno a nativitate domini M CD XVII Apostouca sede vacante" (A.D.B. , Rer. Mem., vol. 3, séc. XVII, fl. 21 lv.).
- De 4 de Junho de 1472:
SISTO IV a Fr. Egídio, Bispo de Titópolis, residente na cidade de Braga e aos Abades dos mosteiros de Tibães e Carvoeiro. --- BULA Sua nobis pela qual os encarrega de conhecerem o pleito que existia entre a Mesa Capitular de Braga e Diogo Ferreira, cidadão Bracarense, sobre a posse de umas casas pertencentes ao Cabido, e de resolverem sobre a legitimidade da sentença proferida. "Dat. Rome apud Sanctum Petrum Anno mc. dominice M CD LXX II Pridie Nonas Junji Pontificatus nostri Anno 1" (A.D.B., Gav. das Propriedades do Cabido, doc. 75, orig. com selo).
- De 12 de Junho de 1472:
SISTO IV a Fr. Egídio, Bispo de Titópolis, residente na cidade de Braga e aos Abades dos mosteiros de Tibães e Carvoeiro. --- BULA Sua nobis pela qual lhes manda tomar conhecimento e sentenciar a questão levantada entre a Mesa Capitular de Braga e os sucessores de Pedro Afonso, sobre o emprazamento feito a este pelo Cabido, mediante o pagamento de certo censo anual, dos frutos e demais proventos da igreja de S. Miguel das Marinhas, unida à referida Mesa e a esta pertencente. "Dar. Rome apud Sanotum Petrum Anno mc. dominice M CD LXX II Pridie idus Junii Pontificatus nostri Anno 1" (A.D.B., Gav. l.a das Igrejas, doc. 53, orig. com selo).
- De 22 de Novembro de 1488:
INOCÊNCIO VIII ao Bispo de Pamplona, ao Arcediago de Vimieiro e a Pedro gues, Cónego da Sé de Braga. --- BULA Romani Pontificis pela qual nomeia Abade comendatário dos mosteiros de Tibães e Vimieiro a D. Jorge da Costa, Cardeal de Alpedrinha, e encarrega, aqueles a quem se dirige, ou a qualquer deles, de executar a Bula. "Datum Rome apud Sauctum Petrum. Anuo incaruationis dominice M CD LXXX VIII decimo Kls Decembris. Poutificatus nostri anuo quinto" (A.D.B., Cx. das Bulas, u.0 5, doc. 140, orig. sem selo).
- De 19 de Maio de 1570:
PIO V ad futuram rei memoriam... --- BREVE Romani Pontificis pelo qual determina que se anulem todos os processos de suspeições instaurados pelo Cabido de Braga e outras entidades, contra o Arcebispo D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, perante o Bispo do Porto, Juiz Apostólico, por causa de os obrigar à execução das determinações do Concílio Tridentino sobre as Visitações; que nenhuns autos de suspeição sejam admitidos contra o Arcebispo; e para evitar suspeições manda que neste negócio o Arcebispo despache com um dos adjuntos: Abade do Mosteiro de Tibães, Abade do Mosteiro de Bouro, e Reitor do Colégio dos Jesuítas de Braga. Se, porém, não agradar ao Arcebispo, levará as causas perante o Cardeal D. Henrique ou o Bispo de Lamego que as resolverão dentro de três meses. Finalmente, ordena ao Cardeal D. Henrique e ao Bispo de Coimbra ou a seu Vigário Geral, que façam executar o presente Breve. "Dat. Romne apud Sanctum Petrum sub annulo piscatoris die 19 Mau 1570. Anno quinto" (A.D.B., Gav. das Concórdias e Visitas, doc. 45 - 2 cóp. séc. XVII).
- De 12 de Fevereiro de 1596:
CLEMENTE VIII ad perpetuam rei memoriam. --- BREVE Ut ea pelo qual concede à Congregação dos beneditinos os privilégios de conferir ordens menores, de colocar vigários perpétuos ou ad nutum nas igrejas unidas ao seu mosteiro de Tibães, desde que sejam por eles nomeados e aprovados pelos Ordinários, e que as igrejas servidas por regulares sejam providas ad nutum pelos seus superiores. Ás igrejas do padroado eclesiástico, porém, seriam providas por concurso. "Dat. Rome apud Sanctum Petrum sub annulo piscatoris die XII Februani M D XC VI Pontificatus nostri Anno V." (A.D.B., Cx. das Bulas, n. 9, doc. 334, transcrito no Breve de Urbano VIII de 31 de Março de 1632).

CARNAVAL 2010 EM TIBÃES

Várias organizações da freguesia promoveram um desfile de Carnaval: Junta de Freguesia, Grupo Unidos, Associação Mulheres em Movimento, Associação de Pais, Grupo de Jovens e Rancho Folclórico no dia 14 de Fevereiro.

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

FREI JOAQUIM DE SANTA CLARA BRANDÃO

Natural do Porto, nasceu em 30 de Agosto de 1740 e faleceu em 1818. Aprendeu francês e inglês com o P.e António Vieira. Foi Doutor e Lente da Faculdade de Teologia e Arcebispo de Évora. Foi sócio da Academia das Ciências desde a sua fundação. Professou no Mosteiro de Tibães. A oração fúnebre que fez nas exéquias do Marquês de Pombal é tida como um modelo de eloquência no género. Por ordem de Pombal, admitia às suas lições estudantes seculares sendo o atestado passado por Santa Clara suficiente para dispensa da frequência da Universidade. Foi o reformador da sua Ordem. O Capítulo Geral da sua Ordem, de 1786, elege-o Director da Congregação. Em 1794 é nomeado deputado da Mesa da Comissão Geral que substituiu a Mesa Censória. Das suas várias obras, destaca-se o Plano e Regulamento dos Estudos para a Congregação de S. Bento.

FREI BERNARDO DA CRUZ

Reitor da Universidade entre 1541 e 1543.
Foi comendatário do Mosteiro de Tibães da Ordem de S. Bento.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

FREI JOÃO BAPTISTA DA SILVA

Frade beneditino, considerado o melhor aluno do seu tempo. Era natural da Casa de Paços da Freguesia de Rio Côvo Santa Eulália, Concelho de Barcelos. Foi duas vezes Abade de Tibães e Geral da Ordem. Tendo nascido em 1679 e falecido em 1765, edificou o Portal Sul da Casa de Paços, que está datado (1714), bem como parte da ala sul desta casa.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O REI ESTEVE EM TIBÃES

D. Afonso III, nasceu em Coimbra, em 5 de Maio de 1210 e faleceu, em Fevereiro de 1279. Teve o cognome de Bolonhês, por ter sido casado com a condessa Matilde II, de Bolonha. Foi o quinto rei de Portugal. Afonso III era o segundo filho do rei Afonso II e de sua mulher, D. Urraca de Castela. Sucedeu ao seu irmão Sancho, em 1248, depois de este ter falecido. Sucedeu-lhe seu filho D. Dinis.
D. Afonso III, em 1261, em princípios de Abril deixou Guimarães e, depois de ter visitado o Porto e Tibães (junto a Braga), seguiu para a Assembleia das Cortes de Coimbra, a pedido de alguns prelados, religiosos, nobres e cidadãos, para deliberar acerca da quebra da moeda.

GENERAL ALVES ROÇADAS EM BRAGA

ArcoEm vésperas da implantação da República, em Janeiro de 1908, o General Alves Roçadas, que se destacou pelas campanhas africanas, é recebido em Braga.
Foi recebido com todas as honras pelas Associações de Braga e respectivos estandartes, bandas de Música, Autoridades, Corporações e Academias.
A esta homenagem não foi estranho o facto de ter sido educado no Colégio de S. Caetano, onde esteve matriculado com o número 43.

O COUTO DE TIBÃES (3)

Para as cartas de doação de terras às igrejas e mosteiros passou a reservar-se a designação Cartas de Couto, cartas de foro a criar e defender as terras eclesiásticas, privilégio de igrejas e mosteiros (Couto). COUTO DE TIBÃES EM 1801
A essa terra privilegiada reservar-se-ia o termo Couto, sendo o donatório habilitado a cobrar certas prestações; por sua vez, os que dentro do perímetro do couto habitavam ficavam isentos da jurisdição régia e escusados da hoste, fossado, peitas e outras obrigações.
No período do Condado Portucalense, na região do Entre Douro e Minho, se bem que o Foral de Guimarães seja de 1096, o primeiro mosteiro beneditino a receber carta de couto foi o de Santo Tirso, em 1097.
Sabe-se, com efeito, que Dª Teresa, para dar provas de devoção religiosa e para ganhar o apoio de alguns nobres, favoreceu com cartas de couto alguns mosteiros, de que esses mesmos nobres eram patronos. Certos mosteiros, em pleno séc. XVIII, para realçar a antiguidade e nobreza de seus coutos recorreram a essas significativas e emblemáticas obras de arte, mandando fazer grandes quadros a atestar a antiguidade e nobreza do seu couto bem como o respectivo direito de posse de que nos restam o quadro de Tibães no Arquivo Distrital de Braga e o de Travanca na sacristia da respectiva igreja.
Eis algumas cartas de couto conferidas aos mosteiros beneditinos pelo Conde D. Henrique e Dona Teresa: 1097(1198)-11-23 – Couto de Santo Tirso; 1097-11-24-1098-02-26 – Couto de Rendufe; 1110-03-24 (25 ou 26) – Couto de Tibães; 1112-08-01 – Couto de Pombeiro; 1120-1122-1123-01-08 e 1127-10-16 – Minuta e carta do Couto de Alpendurada; 1121-1128-04-06 – Couto de Cete; 1127-05-23 – Doação de Vimieiro a Cluny.
D. Afonso Henriques, durante certo tempo, seguiu, de forma alargada, a política de seus pais na atribuição de coutos eclesiásticos a beneditinos e outras instituições religiosas, como o Couto de Donim, Guimarães, a Tibães (26-02-1135).
Segundo a tradição historiográfica, Parada de Tibães foi fundada com a sua congénere Mire de Tibães, em tempos da monarquia sueva. A documentação, porém, menciona a freguesia pelos inícios do século XII. Nas Inquisições de 1220, ao tempo de D. Afonso II, Parada de Tibães aparece já integrando o “Couto de Tiviães”. Este Couto obteria novo foral por volta de 1517, no reinado de D. Manuel.
O Lugar de Donim (Guimarães) terá sido parcialmente coutada para o mosteiro de Tibães, por D. Afonso Henriques e em 26 de Fevereiro de 1135, como registarão posteriormente as "Inquirições" de 1220, à época de D. Afonso II. Nas Inquirições de 1288, relativas à freguesia de São Salvador de Donim lê-se: «O paaço de Fernão Fernandes, irmão do bispo de Lamego... o vírom honrado dês que se acordam...; a terça parte desta freguesia é Couto do mosteiro de Tibães por cartas de el-rei e a outra terça do mosteiro de Adaúfe e é devassa e dão a renda a el-rei pola voz coima, e a outra terça é de homens filbos-de-algo, trazendo a terça do mosteiro de Tibães o prócer D. João Rodrigues de Briteiros certamente emprazada dele (in "Silva, João Belmiro Pinto da, Guimarães - Nas Raízes da Identidade, Anégia Editores, ed. lit., 1999».
Segundo alguns autores, o primeiro documento emitido por Afonso Henriques, onde se intitula "Rei de Portugal", foi precisamente a carta de Couto concedida à "vila de Mende", a 7 de Julho de 1140. Couto que se situaria numa área geográfica, como se pode aferir pelas confrontações descritas no documento, entre Apúlia, parte da freguesia de Necessidades e parte da freguesia de Estela.
D. Afonso Henriques concede a Carta de Couto de Santa Maria de Estela e da Vila de Mendo, aos 7 de Julho de 1140 (era de 1178) aos frades beneditinos de Tibães: «… Eu, Afonso, Rei de Portugal, filho do conde Henrique e da raínha Teresa e neto do rei Afonso, o grande, faço carta do couto da Vila de Mendo e de Santa Maria de Estela, em honra de Deus e de Santa Maria e de São Martinho, e de todos os santos, a vós, abade D. Ordonho e a vossos monges que no convento de Tibães perseveram numa vida santa, e a vossos sucessores que aí residem em virtude da promessa que fizestes de orar a Deus dia e noite pela salvação da minha alma e de meus pais e também pelos duzentos meios que me destes… Carta de couto feita a 7 de Julho da era de 1178. Eu, Afonso Rei de Portugal, esta carta de firmíssimo couto e grafide segurança rubrico pela minha própria mão, para vós, D. Ordonho, abade de Tibães, e para vossos monges, tanto presentes como futuros…».
Gondar, pequena freguesia do Concelho de Caminha, é mencionada nas Inquirições de 1258 conforme se verifica no livro “Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais (vol. II, Norte, Arquivos Nacionais/Torre do Tombo): Foi vigairaria da apresentação “ad nutum” do convento de Tibães».
A Freguesia de Encourados, concelho de Barcelos, vem nas Inquirições de D. Afonso II de 1220 com a designação – “De Santo Jacobo de Encoirados de Cauto de Martim”, nas Terras de Penafiel. Nelas se diz que o rei não tem aqui reguengo algum e não recebe qualquer foro; que esta Igreja tem sesmarias, Tibães 5 casais e Vilar de Frades 19 casais.
A freguesia de Lama, do Concelho de Barcelos, que nas Inquirições de 1258, surge com a designação "De Sancto Salvatore de Lama" do Julgado de Prado, eclesiasticamente, estava sob o protectorado do Mosteiro Beneditino de Tibães.
A capela de S. Pedro de Varais, situada no concelho de Caminha, constitui um dos casos mais surpreendentes dos monumentos românicos da ribeira Lima. Esta capela com todos os seus bens e rendas foi Incorporada no Convento de Tibães, em 1834.
Serreleis, freguesia do Concelho de Viana do Castelo, tem por orago São Martinho. Era então da apresentação do convento de Tibães, tornando-se mais tarde independente com o título de reitoria.
Em meados do século XVIII a freguesia de Vile, do concelho de Caminha, autonomizou-se da paróquia de São Pedro de Varais. Segundo Pinheiro Leal, em 1768, o direito de apresentação pertencia ao Convento Beneditino de Tibães. 
Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo diz-se que a Igreja da freguesia de Carreço, Conelho de Viana do Castelo, pertencia um quarto ao arcebispo, outro a São Salvador da Torre (sendo ambas, portanto  da mesa arcebispal) e as restantes a São Romão de Neiva e ao mosteiro de Tibães. Nas inquirições de D. Afonso III pode ler-se que Carreço era uma terra produtiva em géneros agrícolas, como trigo, linho, cevada, gado bovino e ovino, dos quais pagavam renda (no S. Miguel e em Janeiro) aos possidentes de uma quantidade considerável de casais. De entre os detentores desses casais destacam-se os mosteiros de S. Salvador da Torre, S. Cláudio de Nogueira, Tibães, S. Romão do Neiva e S. Bento de Cabanas.
Mostramos, acima, o Mapa referente à Divisão Administrativa de 1801, onde Tibães figura como cabeça do couto, constituído por 5 freguesias Mire de Tibães, Padim da Graça, Panóias, Parada e São Paio de Merelim (São Paio da Ponte).

QUANTOS ERAM EM TIBÃES

Os monges beneditinos gozavam de um certo prestígio no campo sócio-religioso, por serem jovens, letrados e ilustres.
Em 1569, no início da tomada de posse de alguns mosteiros pela congregação beneditina, eram oitenta e cinco, o número de religiosos beneditinos repartidos pelos seguintes mosteiros: Tibães (15 monges e 5 noviços), Pombeiro (7 monges e 1 noviço), Travanca (7), Refojos de Basto (14), Rendufe (10), Ganfei (4 monges e 1 noviço), Arnóia (3), Neiva (5), Alpendurada (6), Santo Tirso (13).
Decorridos vinte anos (1588-1589), depois da tomada de posse de todos os vinte e dois mosteiros que integravam a congregação, o número de monges subiu para 180.
Entre 1655-1696, ingressarão como noviços na congregação (Tibães, Porto e Lisboa) cerca de 452.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

PÁROCO REGENERADOR

O Pároco de Tibães, Manuel Joaquim Marques Coelho assina um manifesto público, em 29 de Abril de 1897, que integra uma Lista dos Regeneradores de Braga, no qual anunciam o abandono da disputa eleitoral, em sinal de protesto contra os abusos e ilegalidades cometidas pelas autoridades locais ao serviço dos progressistas, visando o controlo das mesas eleitorais. 

MIRE DE TIBÃES E A REPÚBLICA

Em 1914, começa a verificar-se alguma rivalidade entre as estruturas do Partido Republicano Português em Braga. Entretanto, as estruturas do P.R.P. disseminavam-se, registando-se a existência de Centros Republicanos Paroquiais em muitas freguesias do concelho.
Segundo o Notícias do Norte de 30-03-1914 e 6-04-1914 pode observar-se que, em Braga, havia muitas comissões paroquiais republicanas, designadamente, em S. Lázaro, Maximinos, Sé, S. João do Souto, S. Víctor, Palmeira, Tebosa, Celeirós, Parada, Mire de Tibães, Padim da Graça, Vimieiro, Ferreiros, Priscos, Cividade, Gondizalves e Gualtar.

TIBÃES MANIFESTA-SE

O Episcopado Português elaborou uma pastoral, em 24 de Dezembro de 1910, criticando a acção do Governo Provisório, saído da Revolução de 5 de Outubro de 1910, em resultado das tensões entre o Governo e o Clero, que passou a ser lida nas missas, a partir de Fevereiro de 1911, dias após a publicação da nova lei do registo civil, que desagradou muito à igreja. Nesta Pastoral são notórios os apelos aos esforços para remover da legislação tudo o que fosse contrário à religião.
O Governo reage fortemente através de Afonso Costa.
Em Fevereiro de 1913, o administrador do concelho remete para o governo civil, uma representação de diversas comissões paroquiais, nomeadamente, de Padim da Graça, Panóias, Parada e Mire de Tibães que reclamam o estabelecimento de um posto de registo civil em Padim da Graça, uma vez que as populações estavam habituadas a efectuar o registo de nascimento junto do pároco.

COMPANHIA FABRIL DO CÁVADO

No dia 28 de Outubro de 1891, o Rei D. Carlos inaugura uma exposição industrial, em Braga, aquando de uma visita à cidade, para se aperceber da paisagem económica bracarense.
Neste certame participou a Companhia Fabril do Cávado que contava, na ocasião, com 900 trabalhadores.
Esta realidade viria a decrescer por ocasião do final da Primeira República, em 1924, num tempo de crise marcado por um refluxo no consumo e pela escassez de matéria-prima, onde os trabalhadores encontravam trabalho, apenas, alguns dias da semana.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

TIBÃES NAS INQUIRIÇÕES DE D. AFONSO II

Com a independência de Portugal em 1143, as freguesias do Norte de Portugal iniciaram o seu processo de formação, ou seja, a partir do século XII.

Aqui remonta a Freguesia de Mire de Tibães, pois nas Inquirições de D. Afonso II, em 1220, podemos ler «De Saneto Pelágio de Merlim de Couto de Tibães». Nestas inquirições aparecem as designações de São Paio e Couto de Tibães.

Nestas Inquirições se diz que a igreja de Martim tem sesmarias e um casal, Vilar de Frades 9 casais, Tibães 15 casais e Braga 1 casal.

AS ORDENANÇAS DE TIBÃES

As Ordenanças foram instituídas em 1570 no reinado de D. Sebastião, após várias tentativas de criação de um sistema de organização militar controlado pelo Rei, realizadas nos reinados de D. Manuel I e D. João III, que viesse substituir a milícia concelhia dos Besteiros do Conto, extinta por D. Manuel. Foram restabelecidas em 1640, e a sua organização definitiva, como meio de recrutamento para o Exército, deu-se em 1643.

ordenanças de tibães

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

MANIFESTAÇÃO DA POPULAÇÃO DE TIBÃES

 

Em 9 de Março de 1916, a Alemanha declara formalmente guerra a Portugal. Portugal responde, no dia seguinte, com igual declaração.
Deste conflito resultou um aviltamento das condições de vida das massas populares. O medo e a fome fez tocar a rebate os sinos da aldeia.
Em 13 de Abril de 1916, tocam a rebate os sinos de Cabreiros pela saída de uma quantidade de milho de um proprietário local.
Em 28 de Maio de 1916, muitos populares de Mire de Tibães, Parada de Tibães, Padim da Graça e outras freguesias manifestaram-se em protesto na cidade de Braga, tendo as autoridades respondido com o envio de forças militares de Infantaria e Cavalaria e, ainda, da Guarda Republicana, para a Estação de Caminhos de Ferro receando que o povo quisesse roubar o milho que aí estava depositado.
A manifestação de protesto dirigiu-se, então, para o Governo Civil, onde reclamou das autoridades o milho que tanto escasseava.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

DEIXEM A BORBOLETA VOAR

As ideias nascem.
De início como pirilampos na noite.
Depois vão crescendo em brilho.
Por fim seguram a nossa mão e levam-nos à Aventura.
Assim nasceu a «borboleta» que acompanha a génese e a temática desta revista.
Não foram as poesias intituladas «borboletas» de Vinícius de Moraes, Marisa Monte, Sara Tavares ou de Olavo Bilac (Santos e Pecadores) que nos iluminaram, mas a beleza das diferentes espécies de borboletas, com variadas cores que parecem roubadas do arco-íris, com texturas nas asas, com um corpo ultra-leve, com asas muito largas. Mesmo, assim, a borboleta consegue pousar na flor aberta, de onde suga o néctar adocicado.
A borboleta é formosa, voa, porfia, cansa, treme, e respira a custo.
Também no ensino-aprendizagem há semelhanças com o mundo das «borboletas». Os professores e os alunos não podem passar a vida rastejando, de corpo murcho e asas encolhidas. Devem voar, dar asas à liberdade, ensinar e aprender a ser livres.
O trabalho do professor, junto do aluno, é semelhante ao da borboleta quando esta abandona a crisálida para voar, quando esta se abre e a borboleta sai do seu interior. Também o aluno deve ser a maravilhosa crisálida que brotará, que deve deixar o casulo e voar, libertar-se, autonomizar-se, ganhar o seu espaço.
A borboleta também simboliza a mudança, a metamorfose. À sua imagem, também o ser humano se transforma. Evolui fisicamente mas, sobretudo, assiste-se a uma alteração constante de comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões.
Como a borboleta, apetece-me dizer:
«Voou pelo mundo e foi colorindo tudo por onde passou».

(texto publicado na Revista Andarilho, n.º 33, Fevereiro, 2010)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A BARBEARIA DO MOSTEIRO

Segundo as regras em vigor entre os beneditinos, de doze em doze dias, o barbeiro deslocava-se ao Mosteiro de Tibães para barbear os monges.
A chegada do barbeiro era preparada de véspera. Um caldeirão de água fervia com carqueja na barbearia.

A barbearia estava equipada com todos os apetrechos necessários ao seu funcionamento. Ao seu dispor estava, igualmente, preparado um armário com a roupa indispensável.
Os honorários do barbeiro, no século XVIII, eram satisfatórios: soldada anual de 70 alqueires de pão meado, 1 marrã de 50 arráteis ou 1.000 reis, 500 reis de sabão e 4 alqueires de trigo como pitança.

O Barbeiro era polivalente, pois além da higiene com a barba e o cabelo, também procedia a sangrias, lançava sanguessugas e tirava dentes.

O espaço destinado à barbearia, em 1797, ficou reduzido pois na parte norte foi montada aí uma botica.