quinta-feira, 30 de abril de 2009

JOGOS SEM FRONTEIRAS

A EB 2/3 Frei Caetano Brandão realizou no Campo da Vinha, em frente à Câmara Municipal de Braga, no dia 29 de Abril, pelas 21 horas, os primeiros «Jogos sem Fronteiras».
Esta actividade foi organizada pelo Projecto Comenius da escola e obteve a colaboração de várias entidades: Synergia, Câmara Municipal de Braga, Regimento de Cavalaria n.º 6 e Associação de Pais.
Neste projecto estiveram envolvidos muitos alunos e professores de vários países europeus.



JOGOS SEM FRONTEIRAS

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Política em Verso (17) - Zezão - 20-12-1923.

Por ter sido agraciado
«benemérito da Pátria»
Um sargento, o Gilman,
Vem daí todo escamado
O órgão da talassada
O «Correio da Manhã».

E lá desfia o rosário
Dos crimes que, na outubrada,
O figurão cometeu,
P’ra tirar o corolário:
- Agraciar tal patife
É crime que brada ao céu!...

E tem razão, sim, senhor,
O jornal supracitado
P’ra deixar explodir
A indignação e o horror!
Porque, aqui para nós, baixinho,
O caso não é de rir…

Na arenga, porém, que bota,
Há uma frase sibilina
E que não sei decifrar,
De que logo tomei nota
E em que, de dia e de noute,
Tenho andado a magicar…

Quando ele viu no chão
O saudoso coronel
Botelho de Vasconcelos,
O tal sargento Gilman
Proferiu certas palavras
D’arripiar os cabelos…

Com a pistola aperrada,
Fazendo o tiro partir,
Sem demonstrações de medo,
Gritou com voz alterada:
- «Até que, enfim, sempre pude
Fazer o gosto ao meu dedo».
Franquezinha, franquezinha,
O que ele dizer queria
Por sabê-lo inda estou eu…
Puxa tu, leitor, pela pinha…
Que gosto deu ele ao dedo?
Onde foi que ele o meteu?

Eu já vi um maçaneta
Por sinal espigadote,
Às escondidas e a medo,
Come quem toca corneta,
Matar saudades da chucha,
Metendo na boca o dedo…

E dizia que era o gosto
Maior que ele experimentava
Desde que a mãe lhe morreu!
Mas, também, agora, aposto
Em como não foi na boca
Que o tal sargento o meteu!

É que, desde o claro dia
Em que a República entrou
No nosso pobre país
É tal a patifaria,
Que é tudo sempre ao contrário
O que se faz e se diz!

Não foi, portanto, na boca
Que gosto deu ao seu dedo
O sargento vil e cru…
Mas a mim é que não toca
Dizer onde ele o meteu…
Anda leitor! Dize tu…

Leitor, não dês trato à bola!
… Foi no … cano da pistola!...

domingo, 26 de abril de 2009

GOSTAR DE TIBÃES

Todo o aglomerado populacional tem a sua história. Qualquer organização territorial, por mais pequena que seja, não existe sem os seus fundamentos históricos.

Como os indivíduos e as famílias, também as aldeias (freguesias, paróquias) carregam um passado (pormenores cheios de significado) que cada habitante conserva como recordação.

A partir dos farrapos da memória podemos construir narrativas, histórias, mitos que alimentam a imaginação e a cultura daqueles que nasceram à sombra do mosteiro.

São estes fios condutores de ténues realidades que nós usamos para fazer do tempo e da vida uma linha de continuidade e gostar do território onde nascemos.

De onde nasceram tantas «sodades»? (como dizem os habitantes do arquipélago das mornas). Acabo de revisitar (já não consigo contar as vezes) com o meu amigo Quelha, o Mosteiro de Tibães. Cada vez se impõe mais pela sua beleza, à medida que terminam os restauros.

VISITA DO BISPO A TIBÃES

No final do mês de Maio, a freguesia de Mire de Tibães receberá a visita do seu Bispo.

Na dinâmica da preparação dessa visita pastoral, a freguesia organizou três encontros a que deu o nome de «Conversas Paroquiais».

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

TIBÃES – MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758

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GOLFE DE TIBÃES

Diário da República, 2.ª série — N.º 61 — 27 de Março de 2008

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domingo, 19 de abril de 2009

POLÍTICA EM VERSO (16) - Zezão - 06-12-1923.

António Ginestal Machado (1874-1940) foi um advogado, professor liceal e político português. Entre outras funções, foi deputado, Ministro da Instrução Pública e Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro).

Na acção parlamentar foi considerado por aliados e adversários um homem de postura requintada e de grande elegância na palavra e na acção, o que lhe granjeou uma respeito e celebridade no mundo político português do seu tempo.

A 23 de Maio de 1921 assumiu as funções de Ministro da Instrução Pública.

A 15 de Novembro de 1923 foi escolhido para formar governo, assumindo as funções de Presidente do Conselho de Ministros (hoje Primeiro-Ministro. Era um governo minoritário, que se manteria no poder por 33 dias, até 17 de Dezembro daquele ano).

Prevenindo o Sr. Ginestal Machado duma possível revolução grita-lhe da «República»

O Sr. Mesquita de Carvalho - «abra os olhos, Snr. Ginestal Machado! Tenha os olhos bem abertos».

Diante de uma visão, do espantalho,
Duma revolução piramidal,
No seu jornal, Mesquita de Carvalho
Previne o Presidente Ginestal.

Fá-lo, porém, em termos descabidos,
Mesmo até, a meu ver, inconvenientes…
Não são os consagrados, já sabidos,
E nem primam por falta de prudentes.

Como se exprime, então, o Sôr Mesquita
No decantado aviso ao maioral
Do governo que vai puxando a guita,
A que o país ‘stá preso por seu mal?

- «Abra os olhos! Os olhos bem abertos
Tenha-os sempre, aliás, pode bem ser
Que os revolucionários mais espertos
O engolem, lhe dêem que fazer!...»

- «Abra os olhos! Que tosca d’expressão!
Como é que saiu duma caneta,
Que tem sido elogiada, e com razão,
Pela sua correcção e… pela treta?

Quando alguém é astuto e previdente
E vê longe onde os outros não distinguem,
- «Tem faro de polícia!» diz a gente…
- «De polícia tem olho», assim se exprimem.

Não devia, portanto, Sôr Mesquita
O plural, no aviso, empregar,
Que a frase lhe sairia mais catita,
Se ele antes adoptasse o singular…

Mas, p’ra que disso dúvida não fique
E da verdade se convença o meu leitor,
Queira experimentar!... Não é mais chic?
Não tem mais força e não soa melhor?
Zezão.

sábado, 18 de abril de 2009

TIBÃES ACOLHE MISSIONÁRIAS DONUM DEI

Chegam, hoje, a Braga três missionárias da ordem terceira carmelita para gerirem uma hospedaria e um restaurante no Mosteiro de Tibães.

Brevemente chegarão mais duas carmelitas para darem vida à outrora casa-mãe da Ordem Beneditina em Portugal.

Este novo espaço hoteleiro, construído pela empresa Empreiteiros Casais, é constituído por nove quartos e m restaurante que deverão abrir portas em 11 de Julho, dia de S. Bento.

Até lá as religiosas terão de adaptar-se ao nosso ambiente, língua, cultura, costumes e tradições gastronómicas da região.

Sejam Bem-Vindas.

terça-feira, 14 de abril de 2009

PRAIA DE AREIA DOURADA

Habitualmente costumo viajar na época de Páscoa. O espírito pede, o bolso acede. É a recompensa ideal para o bem-estar do corpo e da alma.

Pela terceira vez aterrei na Madeira e retomei a viagem numa aeronave que, após quinze minutos de voo, nos plantou no porto de destino.

Várias marcas e imagens valorizam a beleza natural da ilha: a temperatura amena; os Picos, autênticas relíquias da natureza; as tonalidades singulares; os filões de basalto; a forma da lava; os trilhos pedonais; os ilhéus que a contornam; o vento incomodativo; a cantaria típica e o solo barrento.

Fica a promessa de um dia regressar, mas, agora, no verão, pois as memórias nunca se apagam enquanto o odor e o sabor a mar permanecerem bem vivos nos sentidos.

Que ilha, com uma população residente de 5.000 habitantes, estaremos a descrever?

PÉROLA DO ATLÂNTICO

quinta-feira, 2 de abril de 2009

POLÍTICA EM VERSO (15) - Zezão - 29-11-1923.

Desgraçado do velhinho
Que ninguém dele tem dó!
Ninguém lhe dá o cavaquinho!
Coitado! Deixam-no só!

Se fala no parlamento,
É como a voz no deserto…
Infligem-lhe esse tormento,
Ninguém o ouve! Isto é certo!

E se lhe escutam, acaso,
Da eloquência o torresmo,
É só para o porem raso,
Com insultos mil, a esmo…

Outro dia, se o toutiço,
Do ouvido não me enferma,
Alguém lhe disse «ora isso!
Cala a boca, seu palerma!»

Deixa-se o triste cair
No sofá desanimado…
E todos se põem a rir
Dum dito tão desalmado!

Não perde, porém, o alento!
D’ousadia num requinte,
A falar, no parlamento,
Volta no dia seguinte.

Leva um discurso estudado
Contra o Cunha Desleal
Onde há o tropo inflamado,
Que declama menos mal.

Mas, oh céus! O Senhor Cunha
Nem importância lhe dá!
E os outros gritam: «Á unha!
Salta velhinho p’ra cá!»

A todos numa berrata
Num clamor que sempre engrossa:
- Vai, já, já, meu patarata
Prantar couves p’ra Caroça!

- Abandonado de todos,
Ai! Que sorte Deus me deu!
Fartos desgostos a rodos…
É um inferno o viver meu!...

Como a Ofélia, contristada
E cheia de desalento,
Vou-me passar à privada
No mais escuro convento…

E, quando alguém se lembrar
Do que fui, do que sou eu,
Há-de dizer, a chorar;
- Pobre Velhino! Morreu!...

Tem razão, o infeliz!
Tudo lhe salta na pele
E tudo dele mal diz…
Como eu tenho pena dele!!!

Mas chorar?...É-me vedado
Aceder ao seu desejo!
Eu não fui contemplado!
Se o fosse… isso era queijo!
Zezão

quarta-feira, 1 de abril de 2009

CAMILO CASTELO BRANCO E FREI CAETANO BRANDÃO

Camilo Castelo Branco, a propósito de certos cavalheiros que tentam negar as suas origens, nomeadamente, os que passaram peCASA DE FRCBlos seminários, relata: «Pasmado das proezas destes homens, olhou para si, e achou-se miserável nos seus amores sertanejos a uma obscura filha de boticário. Não tinha façanha que contar quando lhe pediam casos da sua vida; via-se forçado a inventá-los para não ser ridículo, nem dar suspeitas que passara do Seminário de D. Fr. Caetano Brandão (Colégio de S. Caetano) para o Parlamento. Relatava então raptos e adultérios, pondo os maridos nas cenas grotescas das tragédias e caricaturando as desgraças para não desafinar do tom dos seus amigos».

Mas a admiração de Camilo Castelo Branco pelo insigne arcebispo bracarense Frei Caetano Brandão vai mais longe, a ponto de nomeá-lo como «O mais glorioso vulto das cristandades lusitanas».