domingo, 27 de dezembro de 2009

PRESÉPIO DE TIBÃES - 2009

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

MAIS UM NATAL

O Natal não se repete.
É sempre um dia especial e único.
Cada dia do ano deve ser vivido com esse espírito natalício. Cristo deve nascer, em cada um de nós, diariamente.
O Natal é algo de espiritual, mas não podemos olvidar a realidade envolvente, nomeadamente, o brilho das luzes, o som das melodias de natal, as prendas que enchem o mundo infantil.
Hoje dia de Ceia de Natal, em que as tradições mais sobressaem, lembra-me uma frase de Ramalho Ortigão: « Há só um banquete português que desbanca todos os jantares de Paris, mas quando as desbanca inteiramente: é a ceia da véspera de Natal nas nossas terras do Minho».
O Natal é a época mais propícia para saborear os pratos regionais, os doces e as iguarias que passam de geração em geração, é uma viagem pelos sabores dos nossos antepassados: o Bacalhau, os Formigos ou Mexidos, as Rabanadas, a Roupa Velha, os Bolinhos de Jerimu, a Aletria, o Bolo-Rei, o Pão-de-Ló.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FREI CAETANO BRANDÃO E A ESCRAVATURA

A inserção da escravatura na Amazónia aumentou com a criação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, durante o período pombalino. No Pará e no Maranhão os negros distribuíam-se pelos canaviais e pelas culturas do arroz e algodão.
Também se enraizou aqui a cultura da cana-de-açúcar, adquirindo uma enorme importância económica, recorrendo à escravatura, estabelecendo um um regime social típico.
As tensões entre senhores e escravos eram frequentes, sobretudo pela aplicação de castigos. Nas Memórias de Frei Caetano Brandão encontramos alguns depoimentos sobre o tratamento que alguns senhores dispensavam aos seus escravos:
“Muitos senhores há, que fazem tanto caso deles, como se fossem cães: como trabalham é o que importa... Sei de alguns que nenhuma missa mandaram fazer pelo pobre escravo, que talvez consumiu todas as suas forças em os enriquecer. Não falo agora na barbaridade, com que muitos os castigam, e isto, não por ofensas de Deus, que no seu conceito são faltas ligeiras (e se é escrava, que aparece com o ventre crescido, muitas vezes se estima), mas por temporalidades insignificantes. Tenho visto escravos aleijados, de mãos e pés, outros com as costas, e lugares inferiores feitos em retalhos, efeitos de castigos; que custa a compreender que haja na humanidade monstros de crueza, que tal cheguem a praticar”.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CENTENÁRIO DA «TIA EMÍLIA»

No passado Domingo, dia 20 de Dezembro, a Senhora Emília Gomes da Cunha celebrou o seu centenário.
A comunidade de Tibães não deixou de festejar este dia, quando um dos seus membros comemora 100 anos de vida, com uma lucidez invejável e um espírito jovem.
Já o seu marido dez anos mais velho, também, ultrapassou um século de existência.

sábado, 12 de dezembro de 2009

CONCERTO E EXPOSIÇÃO EM TIBÃES

DSC00024Em época de advento, assisti, nesta tarde de sábado, no Mosteiro de Tibães, a um concerto pelo Coro Gregoriano de Penafiel.
Seguidamente, na sala do Recibo, o Sr. Arcebispo de Braga inaugurou uma exposição de pintura do Arquitecto Nuno Portela, onde propõe uma «visitação a um universo denso, polimorfo, onde as portas se abrem a diversos olhares e interpretações». Metade da receita da exposição reverterá para o Centro Social e Paroquial de Mire de Tibães. Este gesto do Pintor é digno da nossa admiração e respeito.

SOCIMORCASAL JUNTA COLABORADORES

Na noite de 11 de Dezembro, a Socimorcasal, empresa com sede na Rua 5 de Outubro, em Frossos, juntou todos os seus colaboradores num Jantar de Natal.
Estes momentos serviram, fundamentalmente, para criar maior união entre todos e para juntarem esforços para enfrentarem os novos desafios.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS

DSC00020A todos os meus amigos e habituais frequentadores deste Blog votos de Boas Festas e Feliz Natal.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PRÉMIO DE RESTAURO

Tivemos conhecimento pelos jornais que a Equipa de Restauro do Mosteiro de Tibães foi premiada com a Medalha de Ouro de Restauro Arquitectónico na Bienal de Miami Beach, nos Estados Unidos da América.
Parabéns a essa equipa.
Mais outro prémio a acrescentar ao Prémio Carlo Scarpa que, em 1998, premiou a Cerca do Mosteiro de Tibães.

domingo, 6 de dezembro de 2009

ABADIAS E MOSTEIROS BENEDITINOS

As abadias são conventos cristãos, geralmente católicos e governados por abades ou abadessas, enquanto que os conventos ou mosteiros podem referir-se a comunidades monásticas não cristãs. Os Beneditinos são uma ordem religiosa monacal católica fundada por São Bento. Esta ordem está espalhada por todo o mundo. Eis algumas abadias e mosterios de referência: Mosteiro de Tibães (Casa Mãe dos beneditinos em Portugal); Mosteiro de S. Bento da Vitória (edifício beneditino do século XVI); Abadia do Monte Cassino (berço da Ordem dos Beneditinos, onde São Bento de Núrsia fundou seu primeiro monastério, por volta de 529); Abadia de Saint-Denis (na proximidade de Paris); Mosteiro de S. Bento de Singeverga (situado na freguesia de Roriz, Santo Tirso, fundado a 25 de Janeiro de 1892); Mosteiro de S Bento do Rio de Janeiro; Mosteiro do Lorvão (Situado em Penacova, depois de ter pertencido aos beneditinos, o mosteiro passou para a Ordem de Cister, por imposição de D. Sancho I e também por envolvimento do Papa Inocêncio III, em 1211); Mosteiro do Salvador do Paço de Sousa (remonta ao século X); Mosteiro de Santa Maria das Junias (a primeira construção remonta ao séc. IX, destinou-se a albergar frades beneditinos, tendo sido durante o século XII entregue à Ordem de Cister.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

FONTES, FONTANÁRIOS E CHAFARIZES DE BRAGA

FONTE DO ÍDOLO

Na antiga capital de Conventus, Bracara Augusta, foi edificado, nos inícios do século I, um santuário rupestre que é hoje conhecido como Fonte do Ídolo, ou "Quintal do Idro". Este monumento conservou-se, parcialmente, e é um dos locais da cidade romana mais divulgados devido ao seu cariz único.
Numa superfície vertical com cerca de três metros de largura observa -se na parte esquerda uma estátua com cerca de 1,10 metros. Esta figura encontra-se num avançado estado de degradação, 0 que impossibilita averiguar se é feminina ou masculina. Todavia, consegue-se perceber que se trata de uma personagem togada que segura na mão um objecto, talvez uma cornucópia. À esquerda da cabeça é visível a seguinte inscrição: (CELICVS FRONTO / ARCOBRIGENSIS / AMBIMOGIDVS / FECIT, que pode ser traduzido por "Celico Fronto, de Arcóbriga, Ambimógido fez este monumento". Do lado direito do monumento distingue-se uma edíula, com a representação de um busto no seu interior, que foi intencionalmente desviado para a esquerda dando, desta forma, espaço à seguinte inscrição: CELlCVS FECIT, a que se segue na parte inferior do nicho: FRO(NTO), ou seja 0 nome do dedicante. À esquerda da edícula pode-se ler o nome de uma divindade: TONGONABIAGOI. 0 nicho é adornado por um frontão onde se pode ver uma pomba e um maço. Acima do frontão há uma epigrafe com letras gravadas em tipo diferente, e que é considerada tardia por diversos investigadores. Na base deste nicho brota um pequeno manancial. A interpretação deste santuário é complexa. A linha interpretativa originada por José Leite de Vasconcelos manteve-se estável ao longo de quase um século, sofrendo apenas algumas variações. Leite de Vasconcelos entende que a divindade e o dedicante se encontram ambos representados, assumindo que a primeira está representada na edícula e a segunda em alto-relevo. Esta leitura foi, posteriormente, invertida por Alain Tranoy, que identifica o deus com a figura do lado esquerdo e o dedicante com o busto inserido no nicho.
Outro autor, Antonio Rodriguez Colmenero, defende que se trata de um santuário plural. Desta forma o dedicante, Celicus Frontus, apenas está registado na inscrição enquanto que as duas divindades estariam representadas. A figura em pé corresponderia à deusa Nabia (uma Nabia/Fortuna). Tongonabiagus, divindade da "veiga bracarense" estaria representada na edícula.
Com base no conhecimento dos vestígios encontrados na envolvente da Fonte do Ídolo, há investigadores que entendem que a monumento poderá ter sido parte integrante de uma domus suburbana, enquanto outros pensam que estamos perante um santuário público mandado edificar por Celico Fronto para usufruto da comunidade bracarense. Seria pois um dos raros exemplos de ebergetismo na cidade de Bracara Augusta. Estamos assim perante um local de grande relevância patrimonial e científica, quer pela sua originalidade, quer também pela informação que faculta acerca das divindades indígenas veneradas nos primórdios da Callaecia meridional.

Apesar de ser dedicado a deuses autóctones, o santuário da Fonte do Ídolo possui um marcado estilo clássico.

FONTE DOS GRANJINHOS

Foi edificada em 1509, por ordem de D. Diogo de Sousa, na Rua dos Granjinhos. Nos anos 60 do século passado foi transferida para o local onde actualmente se encontra — no Largo de S. Sebastião, junto à capela do mesmo nome.
É um exemplar renascentista, com bica carranca, encimada pelo brasão do arcebispo D. Diogo de Sousa.

FONTE OU CHAFARIZ DA RUA ANDRADE CORVO

Chafariz barroco, do século XVIII, largo, com três bicas. O módulo centrado está avançado e é decorativamente mais rico. O tanque, irregular, apresenta linhas curvas e rectas.
Foi construído em 1742 junto à Casa de Infias. Já no século XX foi transferido para o lugar onde actualmente se encontra.

FONTE SETECENTISTA DE SANTIAGO

Construída em 1531, por ordem de D. Diogo de Sousa, na rua da Boavista (antiga Rua das Cónegas). Em 1995 foi um pouco recuada para a Praceta de Santiago.
É uma fonte quinhentista, de espaldar quadrangular e bica carranca. Por cima tem a pedra de armas de D. Diogo e um nicho. O tanque é rectangular.

CHAFARIZ DO CAMPO DAS HORTAS

Chafariz maneirista, do final do século XVI. Assenta sobre um tanque circular. Uma coluna central sustenta duas taças e a água é expelida por seis bicas em forma de carranca. O conjunto é encimado por uma esfera armilar e uma cruz.
Na altura foi instalado no Campo de Santa Ana (Av. Central); no século XIX foi transferido para o Campo das Hortas.

FONTE DOS GALOS

Está situado no Lugar dos Galos, no paredão que serve de suporte à Rua dos Barbosas. Foi construída a expensas do público em 1639. Trata-se de uma bica carranca envolvida por motivos vegetalistas e adornada com dois galos que se enfrentam.
No local, havia uma nascente de águas férreas, pelo que chegou a funcionar aqui um estabelecimento balnear, no século XIX. As águas, em tempos consideradas das melhores de Braga, actualmente são impróprias para consumo.

CHAFARIZ DOS CASTELOS

FONTE- CHAFARIZ DO PELICANO
Ao centro da Praça Municipal está colocada a chamada Fonte do Pelicano - uma peça barroca joanina, obra devida ao Arcebispo Dom José de Bragança. Com escudo relevado ao centro da fonte, ovalado com as armas reais rematadas pelas insígnias arcebispais - chapéu arquiepiscopal. Pertencia esta fonte aos jardins do Paço de Dom José de Bragança e foi aqui colocada por volta dos anos de 50 deste século. A sua traça é atribuída ao artista bracarense Marceliano de Araújo.

IGREJAS E CAPELAS

SÉ CATEDRAL

IGREJA DE SANTIAGO

IGREJA DE SÃO JOÃO DO SOUTO


IGREJA DE SANTA CRUZ

CAPELA DE SÃO GREGÓRIO

IGREJA DA MISERICÓRDIA



IGREJA DO PÓPULO

A construção da Igreja Convento do Pópulo iniciou-se em finais do século XVI, peia ordem do arcebispo Agostinho de Jesus, com 0 intuito de albergar a ordem religiosa que ocupava o convento, a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho e o seu jazigo. Ao longo do século XVIII foram introduzidas diversas alterações de carácter barroco, ainda hoje visíveis em múltiplos elementos decorativos do Interior da igreja e nos azulejos do interior do interior do convento, Em finais do século XVIII, e sob autoria do engenheiro e arquitecto Carlos Amarante, procedeu-se a obras de reconstrução, conciliando as matrizes barracas com o neoclásslco, recebendo, conjunto edificado, a imagem que chegou até nos.
Após 1834, altura em que a ordem que ocupava o convento foi extinta, o imóvel foi transformado em quartel militar, perdurando essa função até à última década do século XX, altura em que foi adquirido pela Câmara Municipal de Braga que iniciou os trabalhos de restauro e reabilitação necessários a salvaguarda do imóvel, e à instalação dos serviços municipais.
A escadaria nobre apresenta revestimento em silhar de azulejo, composto par uma série de painéis de azulejos de contorno recortado. Datado do século XVIII, este silhar de azulejo enquadra-se no período denominado como "Ciclo dos Mestres", que se destacou peia monocromia azul e pela contratação de pintores de cavalete para a execução de painéis de azulejos, conferindo assim, o efeito de tridimensionalidade ao espaço onde estavam inseridos. Iconograficamente, o revestimento da escadaria nobre do Convento do Pópulo. Apresenta temática religiosa, relacionada com a meditação contemplativa, pela figuração de Monges Agostinhos em cenários bucólicos, estando directamente relacionados com a ordem religiosa que ocupava o convento, a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho.

IGREJA DOS CONGREGADOS

IGREJA DE SÃO MARCOS
OU IGREJA DO HOSPITAL

A SANTIDADE DE FREI CAETANO BRANDÃO

Frei Caetano Brandão modelou o espírito dos Bracarenses com as suas obras apostólicas e com a sua dedicação aos pobres, ficando assim no imaginário popular como exemplo de santidade.
No século XIX, havia filas, de pessoas, orando junto do túmulo de Frei Caetano, na Sé de Braga. Presentemente, na Catedral de Braga, o culto religioso está mais voltado para a Senhora de Fátima, St.ª Maria Madalena, St.º António, o Sagrado Coração de Jesus, a Senhora do Leite e o altar do Santíssimo Sacramento, “ícones” incontornáveis da religiosidade local, não figurando nessas crenças e promessas nenhum dos “Santos da Catedral”, como S. Martinho de Dume, S. Frutuoso, S. Geraldo, S. Bartolomeu dos Mártires e Frei Caetano Brandão.
O Povo compara Frei Caetano Brandão ao grandioso D. Frei Bartolomeu dos Mártires, tais são as afinidades apostólicas das suas vidas e obras ao longo do governo da Sé. Nos «Fastos» de Monsenhor Augusto Ferreira pode ler-se: “D. Frei Caetano Brandão era dotado d´uma caridade imensa, pois não só dava tudo quanto era seu, mas ainda ia pedir pelas casas dos outros para os pobres». Pouco tempo depois da sua morte, o povo “(...) começou logo a fazer romagens à sua sepultura e a venerar com culto particular os seus retratos, especialmente o que está colocado na galeria do claustro do Hospital de S.Marcos”.
Este movimento de genuína peregrinação “natural” e “espontânea”, nunca foi potenciado e, naturalmente, dissipou-se com o tempo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

AS FARPAS E A CANONIZAÇÃO DE FREI CAETANO BRANDÃO

Em 1871, apareceram nas bancas de Lisboa uns opúsculos ostentando o título As Farpas, com o subtítulo Crónica Mensal da Política, das Letras e dos Costumes, assinadas por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão (editadas segundo coordenação de Filomena Mónica, ed. Principia, 2004).
A páginas 345 lê-se: «Abriram-se as cortes gerais no dia 2 de Janeiro. Sua Majestade tomou assento na cadeira do trono, permitiu que os representantes do país se mandassem sentar e cumpriu o sacrossanto preceito da carta constitucional da monarquia, felicitando-se por se achar ainda mais uma vez entre os dignos pares do reino e senhores deputados da nação portuguesa.
O país não tem dinheiro; os espíritos não têm instrução; as estradas derretem; a frequência das escolas diminui; o movimento da roda dos expostos aumenta; a agricultura paralisa-se; as nossas possessões revoltam-se; na Covilhã fazem-se missões; no Porto celebram-se reuniões católicas; em Braga prepara-se a canonização de Frei Caetano Brandão (v. António Vicente da Cruz); em Lisboa fazem-se leilões e compram-se bilhetes de lotaria; os únicos livros que se publicam são almanaques; os jornais insultam-se; o parlamento boceja; a civilização dorme».

RAZÃO DE UM NOME

D. Frei Caetano Brandão é reconhecidamente um “príncipe humanista”.
O nome «Caetano» foi escolhido em referência ao presbítero Caetano de Thiene, conhecido na Igreja Católica como o santo da divina providência. Contemporâneo de Martinho Lutero, São Caetano nasceu em 1480. Fundador da Ordem dos Teatinos Regulares e responsável por significativas mudanças doutrinárias na Igreja Católica.
Frei Caetano Brandão, pois o seu nome de Baptismo era diferente, adoptaria o nome «Caetano» em virtude das acções e obras do Santo Religioso que faleceu em 7 de Agosto de 1547.
Não sendo a única instituição em Portugal com o nome de São Caetano, coincidindo na missão de acolher e educar crianças e jovens em risco, certamente o nome escolhido por D. Frei Caetano Brandão para o Colégio de S. Caetano deva, também, à sua admiração pelo grande zelo que S. Caetano (1480-1547) demonstrava pela educação em geral e particularmente pelos mais frágeis da sociedade, como são as crianças e os jovens. Ter como patrono este santo, lembra-nos quotidianamente o valor singular do ministério da educação da juventude.
Ambos se dedicaram ao apostolado entre os pobres e enfermos. Ambos construíram asilos, hospitais e casas de assistência para os pobres.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

REVISTA BRACARA AUGUSTA

Bracara Augusta, artigo meu

O Jornal Correio do Minho, de hoje, anuncia a publicação do n.º 108 da Revista Bracara Augusta, toda ela dedicada a Frei Caetano Brandão, onde se publica um artigo da nossa autoria, com 55 páginas,  intitulado «Intervenção sócio-educativa de D. Frei Caetano Brandão no Pará e em Braga, no contexto do século das luzes».

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

D. FREI CAETANO BRANDÃO E A MÚSICA

Belém do Pará, na segunda metade do século XVIII, já tinha uma vida musical intensa, incluindo a ópera. Desde os Coros Infantis (Colares, Soure e Pará), desde a música no seio familiar (Vigia e Para), desde os grupos vocais e instrumentais (como o de João de Morais de Cametá), desde a utilização do canto com letras latinas, portuguesas ou espanholas.
À semelhança do que ocorria nas cidades, nas fazendas do interior e nos engenhos formaram-se várias bandas de música com escravos, que tocavam charamelas, trompas, Caixas e outros instrumentos de então que, geralmente, animavam as festas religiosas.
Frei Caetano divulgou esta arte pelas vilas, bairros, lugares e freguesias da Amazónia, criando as estruturas necessárias para o estudo e a prática musicais. Levou para o Pará um conjunto de partituras dos melhores autores musicais, da época, recolhidas no Patriarcado de Lisboa.
Também deverá ter levado de Lisboa, partituras de algumas óperas, nomeadamente, Ézio em Roma e Zenobia, representadas no teatro do Pará.
Divulgou, igualmente, a prática musical entre os negros, chegando a cantar motetes, ofícios e outras modas com tanta doçura e graça que o prelado não conseguia conter as lágrimas. Gostou muito de ouvir duas pretinhas que faziam uma admirável consonância de primeira e segunda voz e os escravos cantarem o Bendito Sejais.
Em Braga, a sua paixão pela música está descrita no nosso livro O Colégio de S. Caetano, Instituição Bracarense, 1791-1998.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E TU AQUI TÃO PERTO

Regemos a vida
Pelos ciclos da natureza,
Pelas estações do ano,
Pelo sistema solar.

E quando reger a vida pelos afectos?

Como me Perco
Ao ver-te passear
O charme com naturalidade!
Como me Perco
Ao ver-te encher a sala,
Com o teu humor muito fino,
Sem resvalar para o cinismo.
Com um sorriso sempre pronto a espreitar.

sábado, 14 de novembro de 2009

FREI CAETANO BRANDÃO E O MOSTEIRO DE VILA NOVA DE MUÍA

O Mosteiro Românico de Vila Nova de Muía, em Ponte da Barca, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho ou monges Crúzios, é pertença de duas antigas confrarias, de S. Sebastião e da Senhora do Rosário.
Relativamente à Irmandade da Senhora do Rosário sublinhamos um Estatuto datado de 20 de Outubro de 1792, do Arcebispo de Braga D. Frei Caetano Brandão, passado pelo Arcediago de Olivença na Sé Primaz, Desembargador e Provisor da Corte e Arcebispado de Braga Doutor Pedro Paulo de Barros Pereira.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

GENOVESI E FREI CAETANO BRANDÃO

Os primeiros textos portugueses onde é notória uma influência das ideias económicas de Genovesi datam da década oitenta do século XVIII.
Uma das primeiras referências que encontramos é de Frei Caetano Brandão, a propósito da usura e juro do dinheiro. Estranha o futuro arcebispo de Braga que Genovesi, enquanto autor católico de invulgar categoria, defenda a legitimidade dos juros, recorrendo às leis da natureza para a justificar ( « Um António Genuense, espirito vasto, e sublime, o qual se esforça em desentranhar esta opinião das raízes da mesma natureza». BNL, Cód. 6321, fl. 127-134v - Parecer a respeito dos juros, dado pelo ExmºSnr. D. Frei Caetano Brandão, qdº era ainda religioso(...). Copiado tudo no nano de 1806, fl. 127V.). («A difusão das ideias económicas de António Genovesi em Portugal», texto publicado in Cultura. Revista de História e Teoria das Ideias, Lisboa, 1999, Vol. XI, pp.553-576, Francisco António Lourenço Vaz).

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A PARENÉTICA EM FREI CAETANO BRANDÃO

A arte de pregar, em Portugal, encontrou eco em muitos oradores sagrados que, em seu tempo, notabilizaram o púlpito cristão em manifestações da retórica sagrada com fins de catequese, convencimento e doutrina.
No século XIII, destacam-na S. António de Lisboa, S. Gonçalo de Amarante e D. João Afonso de Azambuja.
No século XVI, com o advento do Concílio de Trento, florescem pregadores como Frei João Soares, Diogo de Paiva de Andrade, Frei João de Leite, Frei Filipe de Luz, Frei Tomás da Veiga, Francisco Fernandes Galvão e Frei Bartolomeu dos Mártires, o padre Tomás da Costa, pregador de D. João III, Frei Amador Arrais, pregador de D. Sebastião e o padre José Luís Álvares, pregador libertário contra a dominação filipina.
Entre os séculos XVII e XVIII, o padre Manuel Bernardes, os padres António de Sá, Manuel Caetano de Sousa, Bartolomeu de Quental, Francisco de Mendonça e outros.
No século XVIII os nomes que pontificam são os de Rafael Bluteau, Francisco António Rodrigues de Azevedo e os frades Alexandre do Espírito Santo Palhares, Frei Caetano Brandão, Francisco de São Carlos e Joaquim de Santa Clara Brandão.
O século XIX marca a assunção da tribuna política do púlpito, por exigência de uma época sacudida por novos regimes constitucionais e parlamentaristas. Destacam-se como oradores Silveira Malhão, António Cândido, Aires Gouveia, Manuel Eduardo da Mota Veiga, Francisco José Patrício, D. Augusto Eduardo Nunes e Santo Farinha.
Na ausência de parlamento e imprensa, o púlpito transformou-se no espaço de ressonância para veicular denúncias e desmascarar injustiças.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A QUEDA DO MURO DE BERLIM

A capital alemã festejou, ontem, os 20 anos da queda do Muro de Berlim, que desde 1961 a 1989 dividiu a Europa. Para assinalar essa data , foi derrubado um outro muro, feito de dominós, que reconstituiu o traçado do original, na presença de milhares de pessoas e altas figuras internacionais.
Mas outros muros parecem permanecer, é preciso eliminá-los, é preciso levantar mais pontes entre pessoas, povos, países, raças, culturas e religiões.
Também senti interiormente uma grande emoção quando esse hediondo muro ruiu. Senti, por isso, necessidade de mais tarde, em 1998, visitar o local onde se levantaram os muros, as portas ( Porta de Brandeburgo) que separavam famílias e como foram derrubadas essas barreiras. Ainda, hoje, há muitos muros invisíveis.

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FREI CAETANO BRANDÃO E A VIAGEM FILOSÓFICA

A Viagem Philosophica de Alexandre Rodrigues Ferreira (1783-1792) visava descrever o meio físico e os habitantes, bem como delinear projectos para lançar as bases de uma colonização durável e próspera.
Alexandre R. Ferreira chegou a Belém do Pará em 1783, juntamente com o novo Capitão-General do Estado do Grão-Pará, Martinho de Sousa e Albuquerque (1783-1790) e com o novo bispo de Belém do Pará D. Frei Caetano Brandão (1783-1789).
Faziam parte do grudo de Alexandre Rodrigues Ferreira os desenhadores José Joaquim Freire e Joaquim José Codina e o jardineiro-botânico Agostinho Joaquim do Cabo.
As instruções que receberam determinavam: o reconhecimento da colonização portuguesa na Amazónia; um inventário da «produção natural» da região; a reunião de colecções de história natural para o Real Museu e o Jardim Botânico da Ajuda.
Ao fim de nove anos, A. R. Ferreira havia conseguido coleccionar centenas de espécimes animais e vegetais, produzir dezenas de memória de cunho geográfico, histórico, económico, etnológico, botânico e zoológico.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CONHECER BRAGA

JARDIM DE SANTA BÁRBARA
RUÍNAS ROMANAS DA CIVIDADE

As termas do Alto da Cividade foram construídas nos inícios do século II sobre parte de um edifício anterior. Possuem forma rectangular e orientação NO-SE. A entrada fazia-se a sul por um pequeno pórtico colunado (1) que dava acesso a um átrio (2). A primeira sala corresponde a um apoditério (apodyterium) (6) com uma piscina de água fria (7). No Inverno, esta sala era aquecida. Deste compartimento, onde os utentes se despiam, saia-se para um corredor (8) que permitia aceder à palestra (palaestra) (24), amplo espaço aberto para exercícios físicos, ou ao frigidário (frigidarium) (9), onde se iniciava o circuito de banhos. Este deveria contemplar um itinerário frio-quente-frio, pelo que, partindo do frigidário (9), deveria aceder-se ao tepidário (tepidarium) (11 e 12), para, finalmente, se usar um compartimento muito quente, onde se transpirava, chamado caldário (caldarium) (13). Regressava-se ao frigidário (9) por percurso retrógrado, com possibilidade de sair novamente para a palestra (24).
O aquecimento das salas quentes era assegurado pela construção de câmaras ocas, sob os pavimentos das salas, chamadas hipocaustos, por onde circulava o ar quente produzido em fornalhas, chamadas praefurnia (pr1, Pr2 e Pr3). Esse ar circulava ainda pelo interior das paredes, através de tubulaturas, ou tijolos ocos, chamados tubuli laterici, garantindo-se, deste modo, um forte aquecimento de algumas salas, como acontecia com o caldário (13).
As termas do Alto da Cividade possuíam várias zonas de serviços, a maior das quais situada na parte norte do edifício (14, 19,20 e 21) e destinava-se à armazenagem das grandes quantidades de lenha que eram queimadas para garantir tanto o aquecimento das salas como da água necessária às piscinas. A água era aquecida em caldeiras que se colocavam sobre as fornalhas, circulando depois pelas paredes, através de tubos.
CAFÉ «A BRASILEIRA»
ANTIGO PAÇO ARQUIEPISCOPAL DE BRAGA


MUSEU COMENDADOR NOGUEIRA DA SILVA
Este Museu deve a sua fundação ao legado, feito em Setembro de 1975, a favor da Universiadade do Minho, pelo Comendador António Augusto Nogueira da Silva, originário de uma família bracarense. O edifício é da autoria do Arquitecto Rodrigues Lima. A exposição permanente inclui colecção de porcelana, peças de mobiliário, pintura, prata, marfim, tapeçaria e azulejos. O seu belo jardim é de inspiração francesa. No jardim encontramos dois painéis de azulejos holandeses do século XVIII, azuis e brancos, bem como uma escultura de Apolo e Dafnée, cópia de um trabalho de um escultor italiano de nome Bernini. No fundo do jardim encontra - se uma fonte Barroca originária do Mosteiro de Tibães.
MUSEU DA IMAGEM
O Museu da Imagem é tutelado pelo pelouro da cultura da Câmara de Braga. Promove regularmente exposições de fotografia. É responsável pela recuperação de um vasto espólio herdado da Foto Aliança e da Foto Pelicano. Está instalado numa torre medieval da cidade.
MUSEU DOS BISCAINHOS

O Museu dos Biscainhos encontra-se instalado num notável conjunto patrimonial integrado por um imóvel e Jardim Histórico Barrocos. Como componente programática, a instituição ilustra a vivência da sociedade nobre portuguesa, no contexto de uma Casa Senhorial dos séculos XVII e XVIII. O organismo enquadra colecções de Artes Decorativas que, complementadas pela estrutura e riqueza ornamental do conjunto nos permitem definir os conteúdos mais marcantes e dos hábitos domésticos e sociais do período. A Casa dos Biscainhos terá sido fundada na primeira metade do século XVII. Destacou-se o nome do Dr. Constantino Ribeiro do Lago, figura grada de então, que aqui se casou e constituiu descendência. Ao longo do séc. XVIII e entrando pela centúria seguinte, os descendentes foram alterando e valorizando o imóvel, revestindo-o de belíssimos interiores ornamentais com paredes apaineladas de azulejos, avivadas em alegre ou suave policromia pictórica, e tectos modelados em delicados estuques. O palácio foi passando de geração em geração, dentro da mesma família, por mais de três séculos, até que o seu derradeiro proprietário, o 3.º Visconde de Paço de Nespereira, o vendeu para instalação do actual Museu.
Os Jardins do Museu dos Biscainhos constituem-se como um dos mais notáveis exemplares de Zona Verde do Norte do País, desfrutável no seio de uma cidade. A sua importância dimensiona-se a vários níveis: apresentar-se como uma das raras sobrevivências de Jardim histórico, que se disponibiliza a toda a comunidade, constituir um Conjunto Patrimonial Barroco datável do século XVIII, integrando escultura e arquitectura do maior interesse artístico, representar uma Zona Ambiental de destacável significância, assumindo-se como um dos pulmões da cidade de Braga.
No Jardim do Museu existem 11 fontes (incluindo os dois espelhos de água das «casas do jardim». A árvore mais antiga do jardim é um Tulipeiro da Virgínia que tem mais de 200 anos. O Jardim apresenta 3 níveis e chamam-se (Terreiro) Formal, Pomar e Horta. Na escultura que se encontra no jardim por baixo da cúpula está representado S. João Baptista.
MUSEU HENRIQUE MEDINA E PIO XII



MUSEU REGIONAL DE ARQUEOLOGIA D. DIOGO DE SOUSA




O conteúdo deste museu é constituído pelo espólio resultante da investigação arqueológica realizada na região norte. Este património data de 1918, ano em que foi definido como museu de arqueologia. O seu acervo está compreendido entre o período Paleolítico e a Idade Média. As ruínas da Bracara Augusta, as termas romanas do Alto da Cividade, o núcleo habitacional das Carvalheiras os mosaicos romanos, são exemplos do riquíssimo espólio deste museu.
No seu Jardim encontramos 15 marcos miliários (marcos cilindrícos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (1480 metros) e indicavam a distância à cidade de origem do caminho. Em cada marco era gravado o nome do imperador reinante, que mandou construir ou recuperar essa via), em alguns deles encontramos o nome da cidade de Braga Bracaraavg (Bracara Augusta), e na parte superior de um desses marcos encontramos as letras AVG, nome de um imperador Augusto.

sábado, 7 de novembro de 2009

SER SPORTINGUISTA

É difícil. Não há motivação. Não há razões para festejar. Já não há referências e objectivos que incentivem a acreditar que o glorioso passado voltará.
Nos média, o ex-treinador, Paulo Bento, com um discurso redondo, que nada diz, afirma-se como um homem de valores, quais?
O Presidente Bettencourt traçou-lhe rasgados elogios na hora da despedida « é um dia muito triste para o Sporting». Foi um grande treinador. Se ser 4 vezes segundo lugar no campeonato é motivo de orgulho para o Sporting está tudo dito.
Onde está, então, a causa do insucesso? Não está no treinador, não está na parte técnica, não está na direcção. Deixem-me rir, assim sendo, o insucesso está naqueles que pagam e que não jogam, nos sócios e simpatizantes.
O insucesso está na falta de organização, na falta de líderes, na falta de orientação estratégica, na falta de disciplina e trabalho e na falta de responsabilização.
Depois de 4 anos em Alvalade, o treinador não teve tempo de formador uma equipa vencedora? Os constrangimentos financeiros não justificam nada e não são culpa dos sócios. Clubes com orçamentos inferiores (Sporting de Braga) conseguem estar em primeiro lugar.

JARTAR COM MARCELO REBELO DE SOUSA

 

Participei, ontem, nas CONFERÊNCIAS DO BOM JESUS, iniciativa conjunta da Confraria do Bom Jesus do Monte, da Arquidiocese de Braga e dos Hotéis do Bom Jesus na Colunata de Eventos, que têm como objectivos: promover a reflexão e uma nova energia para um humanismo integral; revalorizar o património desta magnífica estância turístico-religiosa. Té e Dr. Marcelo
Este ciclo de conferências iniciou-se com a intervenção do Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, intitulada «Portugal 2010».
É sempre gratificante ouvir o comentador político. As suas intervenções oportunas e pertinentes deixam os presentes presos do princípio ao fim da sua comunicação.
Foram muitos os assuntos abordados: a situação global no mundo e em Portugal, os desafios que o nosso país enfrentou e os que se deparam, o futuro da economia portuguesa, o papel das economias emergentes, a justiça em Portugal, casos mediáticos, a avaliação dos professores.
Uma mensagem ficou bem presente no nosso espírito: os próximos anos vão ser tempos de grandes desafios.
A sua simplicidade e o seu carácter afável, aliados ao Dom da Palavra, fazem dele um dos comunicadores e pensadores mais importantes do País.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A APANHA DE ALGAS ENTRE O MINHO E O DOURO

A apanha de algas, entre o Minho e o Douro, foi, durante a Idade Média até meados do século XX, uma actividade económica e socialmente importantíssima. Vários forais de diferentes localidades cristalizam esta actividade no passado.
Sobre apanha do Sargaço, salientemos a intervenção episcopal de D. Gaspar de Bragança, em 1780, na freguesia de Navais e posteriormente de D. Frei Caetano Brandão, em 1799, que determina o seguinte: «prohibimos a todos os moradores das freguesias circunvizinhas à praya do mar, principiando em Villa do Conde athe Vianna o uso de semilhante trabalho nos Domingos, e dias santos de guarda à excepção contudo daquellas ocasiões onde costuma sahir maior abundância d’argaço, e que na fraze popular se chamão grandes mariadas» (ADB, Livro dos Capítulos, 1743 a 1830).

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA LAPA

D. Frei Caetano Brandão quando visitou a Capela de N.ª Sr.ª da Lapa, em Vila do Conde, considerou-a um templo riquíssimo pela arquitectura e tão decente no seu interior que lhe concedeu licença perpétua para nele se expor o Santíssimo Sacramento (in Em redor dos milagres da Senhora da Lapa, Vila do Conde, sécs. XVIII-XIX, Agostinho Araújo).

OS COMENDATÁRIOS

A instituição da comenda pressupunha a passagem dos bens da mesa abacial a um abade titular «extra regimem». Era de nomeação pontifícia ou apresentação régia. Esteve em vigor entre os séculos XV e XVI.
Sabemos que Tibães teve seis comendatários e foi dos últimos mosteiros a tê-los, os quais, no dizer de Frei Marceliano da Ascenção na sua Crónica de Tibães, «tinham em suas casas as abadias como herança».
Muitos consideraram as comendas como uma verdadeira «praga», com dignificantes excepções.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MONGES NO CONVENTO

O Mosteiro Beneditino de Tibães foi durante séculos a cabeça da «Congregação dos Monges Negros de S. Bento do Reino de Portugal», uma glória de Braga e do seu termo.

Hoje não há frades no convento, mas noutros tempos enchiam os claustros. Segundo o relatório do visitador Dr. Manuel Coelho, em 1568, designado pelo Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires, havia quinze monges e cinco noviços (in segundo o livro O Mosteiro de Tibães e a Reforma dos Beneditinos Portugueses no séc. XVI de Geraldo J. A. Coelho Dias).

Fresco de Singeverga sobre tibães