quinta-feira, 31 de julho de 2008

O COUTO DE TIBÃES (2)

Transcrição do Livro Corografia Portuguesa: «No tempo, que Braga era Corte dos Reys Suevos, e reynava Theodomiro, tendo por seu Capellao mór a S. Martinho, Bispo de Dume, o incitou o Santo a que fundasse o Mosteiro de Tibaens de Monges Bentos, tres quartos de legoa da Cidade de Braga para o Poente ao pé da Serra de S. Gens, nome que tomou de huma Ermida antiga, que esta no alto della, da invocação deste Santo Representante, famoso Martyr' Romano, & entendemos ser edificada quando aquella nação nos dominava: fundou El-Rey o Convento no anno de 562 como consta de huma pedra que nelle se achou em nossos tempos, reedificando-se de novo, e se dedicou a S. Martinho de Turon. Succedeo a Theodomiro na Monarquia dos Suevos, El-Rey' Miro, que ornou este Convento com huma ­grande mata de arvores, que não perdião a folha, e para este efeito as con­duzio do Alentejo. Presume-se erao sobreiros, de que hoje he bem provida toda aquella ribeira, de huma, e outra parte do Cavado; e que este Mosteiro estivesse em ser, e com Frades ainda pelos annos de 1070, e, consta de huma doação, que de ametade delle fez à Sé de Tuy a Infanta Dona Urraca, filha d'el-rey Dom Affonso o VI, chamando a este Convento Palatino; e como por tempos devia arruinar-se, o reedificou pelos annos de 1080. Dom Payo Guterres da Sylva, sendo Rico homem, e Adiantado neste Reyno por ElRey Dom Affon­so o VI, de Castella, por cuja causa entendemos vivia em Braga, centro desta Provincia, e por detraz do monte de S. Gens fez huma quinta, a que deu o no­me de Sylva má, donde hia assistir à fabrica do Mosteiro, e em fórma o ampliou, que muitos o tiverão por fundador, e nelle está sepultado; & como com o sangue herdou o zelo do pay seu filho Dom Pedro Paes Escacha, devia largar ao Mosteiro algumas terras, que alli tinha, de que lhe fizerão Couto o Conde Dom Henrique, e a Rainha Dona Theresa em 24 de Março de 1110, dizendo que o fazião por amor de Deos, e de Pedro Paes, e Payo Paes, filhos do Dom Payo Guterres da Sylva, que sempre nos servio com grande satisfaça; e em 26 de Fevereiro de 1135, sendo ainda Infante o nosso Rey Dom Affonso Henriques, lhe coutou o lugar de Donim junto ao rio Ave entre Braga e Guimarães.
Teve este Mosteiro desde o anno de 1086, dezasseis ou dezasete Abbades per­petuos, sendo o primeiro Dom Payo, e o último D. Gonçalo pelos annos de 1480 em que entrou por Abbade Commendatario o Cardeal D.Jorge da Costa, Arcebispo de Braga; acabarão-se estes no ultimo Commendatário Dom Bernardo da Cruz, Frade de S. Domingos, Bispo de S. Thomé, e Esmoler Mór DelRey Dom João 0 Terceiro, que faleceo dia de Pascoa de 1565, em que entrou a re­forma de Abbades, e foy a primeiro por dez annos, por nomeação do cardeal Dom Henrique, o Padre Frey Pedro de Chaves, a quem vierão as Bullas Aposto­liças em 22 de Julho de 1569, sendo-o entretanto o Frey Placido. Foy Frey Pedro Dom Abbade de Tibães, Reformador, e Geral da Ordem, de que fi­zerao Cabeça a este Convento. No fim dos dez annos o tornarão a eleger por hum triénio, e foy o primeiro Abbade triennal: succedeo-lhe Fr. Placido de Villalobos, o qual mandou Frades para o Brasil, que fundarao la aquella Provincia de Bentos. Este he o principio deste Couto, e deste Convento, de que são senhores os Frades, e o Geral Ouvidor, faz o povo com elle eleição de tres em tres annos, por pelouro, de dous Juizes ordinarios do Civel, e Crime para cada anno: escolhe o Geral hum, que tambem serve nos Orfaõs, dous Ve­readores que de mais saõ Almotaceis, Meirinho, que faz o Geral, dous Tabe­liaens do Judicial, e Notas; a hum anda annexo o dos Orfaõs, e Camara, e ao outro o das Sizas, Dlstribuidor, Enqueredor, e Contador: todos data delRey, he terra fria, recolhe, pouco paõ, vinho, muita fruta, algum azeite, caça, muitos gados, e quantidade de lenha, e pescas no Cavado. Tem huma Companhia, e o Geral he Cpitão Mór; compõem-se o termo das freguesias seguintes.
S. Martinho de Tibães, Mosteiro, e Cabeça da Ordem de S. Bento em Portugal, de que he Geral o Abbade desta Casa, rende quatro mil e quinhentos cruzados com sabidos, e annexas, apresenta Cura secular, tem trinta e cinco visinhos. He fermoso Templo com maravilhoso retabolo, e o primeiro, que na Provincia se inventou, tem grandes, e apraziveis claustros com muitas fontes, assim nos corredores altos, como nos pateos baixos, dilatada cerca com bons pomares, olivaes e matas: he neste Convento huma reliquia de S. Bento, e nelle estão sepultados muitos Varoens de exemplar virtude.
Nossa Senhora da Graça, que antigamente se chamou a Igreja de Paadim, Abbadia de Mitra, rende com a Pousa sua annexa em Barcellos duzentos e cincoenta mil reis, tem cento e vinte visinhos.
Santa Maria de Mire, Curado do Convento Tibaens, tem vinte e cinco vi­sinhos. Aqui teve ElRey Theodomiro hum Paço, e quinta de recreação, que dou o nome à freguesia.
S. Payo de Parada, vigararia annexa a huma Conezia de Braga, rende trin­ta e. cinco mil reis, e para o Conego oitenta mil reis, tem trinta visinhos.
S. Payo da Ponte, vigararia annexa a huma Conezia, renderá sessenta mil reis e para o Cónego cento e dez mil reis, tem cincoenta visinhos.
S. Pedro de Merlim, a quem o livro da Ordem de Christo chama Merim, foy Mosteyro de Frades bentos e depois de extinguido, apresentação a Tibães, a quem inda conhece com certo foro: passou a Commenda de Christo e he Reytoria da Mitra, rende cem mil reis e para o Commendador mais de mil cruzados: tem cento e dez vizinhos».

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tibães na Chronica dos Eremitas de Santo Agostinho

Lê-se na Chronica dos Eremitas de Santo Agostinho o seguinte:
«Anno 1070 – Morto de uma lançada D. sanho (filho do Rei D. Fernando de Castella) no cerco de Samora, sucedeu seu irmão, D. Affonso, em todos os reinos, que por seu pae D. Fernando gozara em vida, que foram Porugal, Galliza, Leão e Castella, sendo Pontífice romano Alexandre II. E ordenando logo governadores para os em que não residia, pôz no nosso Portugal, sobre a Provincia de Entre Douro e Minho, com este cargo, a D. Payo Guterres da Silva, o qual pela devoção que tinha aos religiosos de S. Bento, lhes edificou, não longe da cidade de Braga, onde chamam Tibães, um mosteiro da invocação de S. Martinho de Touron, como refere o Conde D. Pedro, no seu livro das gerações».


terça-feira, 29 de julho de 2008

Frei Caetano Brandão e as relíquias de S. Torcato

Para a Igreja Bracarense, este santo não é o discípulo de Santiago, mas S. Félix Torquato, Arcebispo de Braga, no séc. VIII, eleito em 693 e martirizado pelos Mouros em 719.
O corpo deste mártir foi abandonado e escondido entre pedras e matos, mas descoberto milagrosamente alguns anos depois. Foi achado incorrupto por um monge. Nesse local ergueu-se uma ermida que se chamou S. Torquato o Velho.
Mais tarde foi trasladado para o mosteiro e posteriormente para o santuário com o seu nome.
Em 1637, D. Sebastião de Matos e Noronha visitou o corpo do santo, tendo provocado um tumulto popular, pois pensava-se que o queria levar para a catedral. Por esta ocasião foi depositado num túmulo onde se gravou: «hoc tumulo illesis conduntur carnibus ossa Torquati D. pignora chara».
Em 1805, por mandado de D. frei Caetano Brandão se abriu e reconheceu o Corpo do Santo e, em 30 de Junho, na presença do mesmo prelado bracarense, se fez a solene elevação de tão preciosa Relíquia.

domingo, 27 de julho de 2008

EMPRESA DE TIBÃES VENCE CAMPEONATO DE FUTSAL

Socimorcasal vence Jmmsroc Futsal League
A Socimorcasal venceu o campeonato de futebol de salão, promovido pela JMMSROC, num conjunto de grandes empresas da região: Bragalux, Cantinhos, DST, F3M, Ferreira & Américo, Fonseca & Alves, Hidra IT, J. Gomes, jamarfel, Jmmsroc, Perfilnorte, Posterede, Ricap, Rodel, Socimorcasal, Sá Machado, Sá Taqueiro e Urnanop.
Na final, realizada no dia 26 de Julho, no Pavilhão Gimnodesportivo da Universidade do Minho, a Socimorcasal venceu a Empresa Ferreira e Américo por 5 golos contra dois. Em terceiro e quarto lugares classificaram-se, respectivamente, a Ricap e a perfilnorte.
































quarta-feira, 23 de julho de 2008

FREI CAETANO BRANDÃO, 6.º BISPO DO PARÁ

OS PRIMEIROS BISPOS DE BELÉM DO PARÁ
Primeiro Bispo do Pará - Dom Frei Bartolomeu do Pilar de Bettencourt
Foi um religioso português o primeiro Bispo do Pará da Ordem de Nossa senhora do Monte Carmo.
Nasceu na Vila das velas, Ilha de São Jorge, em 21/9/1667 e faleceu com 65 anos em Belém do Pará a 9/4/1733.
Professou no dia 1 de Novembro de 1687, com 20 anos de idade.
Estudou no Colégio de Coimbra, onde ingressou em Outubro de 1691.
Foi docente de Filosofia e Teologia em Pernanbuco por doze anos.
Retornou a Portugal para o Convento do Carmo em Lisboa, onde se doutorou em teologia no dia 16/3/1702. Recebeu o grau académico das mãos do Cardeal Conti, então Núncio Apostólico em Portugal, futuro Papa Inocêncio XIII.
Foi nomeado qualificador do Santo Ofício a 4 /12/1704, sendo depois comissário em Pernambuco.
Frei Bartolomeu foi apresentado à Santa Sé para ser o primeiro Bispo do Pará pelo rei de D. João V. Foi nomeado Bispo de Belém do Pará no di 4/3/1720, aos 52 anos. No dia 22/12/1720 foi ordenado Bispo pelas mãos de Dom Tomás Cardeal de Almeida, primeiro Patriarca de Lisboa, Dom João Castel Branco, Arcebispo de Lacedemonia, e de Dom Manuel Álvares da Costa, Bispo de Angra.
Tomou posse da diocese por procuração no dia 13/7/1721, por meio de Frei Victoriano Pimentel. Chegou a Belém no dia 29/8/1724, fazendo a entrada solene e inaugurando o sólio episcopal paraense no dia 21/9/1724.
Segundo Bispo do Pará - Dom Frei Guilherme de São José António de Aranha
Nasceu em Lisboa no dia 28/12/1686. Era religioso da Ordem de Cristo de Tomar. Ordenou-se sacerdote no dia 7/9/1716.
Foi eleito Bispo de Belém do Pará no dia 3/9/1738 com 51 anos.
Terceiro Bispo do Pará - Dom Frei Miguel de Bulhões e Sousa
Nasceu em Verdemilho, Aradas, Aveiro, no dia 13/8/1706. Era religioso da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) onde professou no dia 24/11/1723. Ordenou-se sacerdote no dia 12/371730.
Com a renúncia de Dom Gulherme de São José no dia 15/11/1747, ficou vacante a sé de Belém do Pará, para a qual Dom Miguel foi nomeado bispo coadjutor no dia 8 de Dezembro.
Dom Miguel chega ao Pará no dia 9/2/1749, tomando posse no dia 14 do mesmo mês.
No dia 17 de Junho Dom Miguel reabre o Seminário de Nossa Senhora das Missões e confia a direcção ao padre Jesuíta Gabriel Malagrida.
Em Maio de 1753 o rei Dom José I manda que Dom Miguel de Bulhões assuma o governo da Província quando Mendonça Furtado partir para as fronteiras.
No dia 23 de Dezembro de 1755 Dom Miguel procede à bênção da nova Catedral de Belém, obra de António Landi.
Dom Miguel viverá o episódio da expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses em 1759.
Quarto Bispo do Pará - Dom João de São José de Queirós da Silveira
Monge da ordem de S. Bento, OSB, nasceu em Matosinhos em 12/8/1711, e faleceu no Convento da Alpendurada, Marco de Canaveses em 115/8/1764.
No dia 10/10/1759 o Papa Clemente XII confirma Frei João de São José e Queirós como quarto bispo do Pará. Foi ordenado Bispo no dia 4 de Maio de 1760, na cidade do Porto. Dom João de São José chega a Belém no dia 31/8/1760. No dia 4 de Setembro toma posse pelo arcediago Dr. João Rodrigues Pereira. A sua entrada solene na catedral deu-se a 11 de Setembro.
Quinto Bispo do Pará - Dom João Evangelista Pereira da Silva
Nasceu em Gouvães do Douro, no dia 23/8/1708. Era religioso da Ordem dos Terceiros Franciscanos Regulares, onde foi ordenado presbítero no dia 20/9/1732, com 24 anos de idade.

No dia 11/6/1771 El Rei D. José I apresenta Frei João Evangelista para o Bispado do Pará. Foi ordenado Bispo do Pará no dia 28/10/1771, aos 62 anos de idade, pelas mãos de Dom Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis (1720-1799), bispo de Macau.
Sexto Bispo do Pará - Dom Frei Caetano Brandão
Em 1782 foi nomeado Bispo do Pará pela Rainha D. maria I, confirmado pela Bula de Pio VI datada de 16/12/1782. Recebeu a bula de confirmação em Janeiro de 1783. No dia 2/2/1783 foi ordenado Bispo pelas mãos de Dom Francisco da Assumpção e Brito, OSA, Arcebispo de Goa e Damão, e de Dom Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis, Bispo Emérito de Mariana, Minas Gerais.
Parte de Lisboa em Agosto de 1783, chega à Região Amazónica do Pará no dia 21 de Outubro deste ano.
Sétimo Bispo do Pará - Dom Manuel de Almeida de Carvalho
Nasceu em Viseu, no dia 1/1/1747. Era padre secular, ordenado em 8/9/1773, com 26 anos.
O Padre Manuel Carvalho, doutor em Direito Canónico pela Universidade de Coimbra, é apresentado, no dia 5/5/1790, pela Rainha de Portugal, D. Maria, a piedosa, para suceder a Dom Frei Caetano Brandão que fora designado para a Arquidiocese de Braga. O Papa Pio VI confirma no dia 26/&/1791 a nomeação do Padre Dr. Manuel de Almeida de Carvalho para bispo do Pará. É ordenado bispo em Lisboa, no dia 15/8/1791.
Oitavo Bispo do Pará - Dom Romualdo de Sousa Coelho
Nasceu em Cametá, em 7/271762 e faleceu em Belém no dia 15/2/1841.
Dom Romualdo foi ordenado presbítero pelas mãos de seu bispo, D. frei Caetano Brandão a 19/2/1785.
D. João VI, teve um papel decisivo na ascenção de D. Romualdo na hierarquia social e da Igreja: em 15/11/1806 convida-o para ser o arcipreste do cabido do Pará e a seguir, em 22 de Janeiro de 1819, apresenta-o à Santa Sé para ser o 8º Bispo do Pará.
A sua nomeação chegou em 1820 a 29 de Agosto , após o papa Pio VII confirmar essa indicação.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Presbítero Ordenado por Frei Caetano Brandão foi 8.º Bispo do Pará

Dom Romualdo de Sousa Coelho, oriundo de Cametá, onde nasceu em 7 de Fevereiro de 1762 e faleceu em Belém do Pará, no dia 15 de Fevereiro de 1841, onde está sepultado na Catedral.
Dom Romualdo foi ordenado presbítero pelas mãos de seu bispo, D. frei Caetano Brandão em 19 de Fevereiro de 1785.
D. João VI, teve um papel decisivo na ascenção de D. Romualdo na hierarquia social e da Igreja: em 15 de Novembro de 1806 convida-o para ser o arcipreste do cabido do Pará e a seguir, em 22 de Janeiro de 1819, apresenta-o à Santa Sé para ser o 8º Bispo do Pará.
O Papa Pio VII confirmar essa indicação e nomeou-o em 29 de Agosto de 1820.
Em 1 de Janeiro de 1821, o arcipreste Romualdo Coelho é eleito presidente da Junta Provisória do Governo da Província do Pará.
Foi o primeiro paraense e um dos primeiros brasileiros a ascender ao episcopado.
Veio a Portugal e tomou assento nas “Cortes Gerais, Extraordinárias, e Constituintes da Nação Portuguesa”.
No dia 15 de Agosto de 1823, depois de solene Te Deum na Catedral, Dom Romualdo proclamou a adesão do Pará ao Império do Brasil.
Durante a cabanagem (1835-1840) terá papel de destaque.
Governou a diocese de Belém do Pará durante 20 anos, enfrentando graves problemas sociais e políticos.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

ASSOCIAÇÃO DOS «AMIGOS DO BOM JESUS DO MONTE»

Em 1952 era criada a Associação dos «Amigos do Bom Jesus do Monte», com a aprovação dos respectivos estatutos publicados pela Tipografia da Oficina de S. José.
D. António Bento Martins Júnior escrevia sobre esta associação: «é o Bom Jesus do Monte, no seu conjunto, um oásis encantador, maravilhosamente apropriado ao repouso e ao restauro das forças do espírito e do corpo… Nasceu assim a Pia União dos Amigos do Bom Jesus do Monte, que vai dedicar-se de alma e coração a colaborar com a confraria no engrandecimento da formosa estância e no rejuvenescimento da devoção à Paixão e Morte do Senhor».
Os estatutos compõem-se de seis capítulos e dezassete artigos.
Para além de definir no Capítulo I as finalidades da Associação, passa a descrever as cinco categorias de amigos no Capítulo II: simples amigos, amigos benfeitores, amigos insignes, amigos honorários e amigos remidos.
As diversas categorias de amigos terão escapulários próprios, usando as direcções distintivo especial.
Os estatutos referem, ainda, um cerimonial da admissão aos «Amigos do Bom Jesus do Monte», com um acto de consagração e bênção e imposição do escapulário da Pia União.
Fizeram parte da comissão fundadora da associação os seguintes cidadãos: Cónego José Martins Gonçalves, Cónego António de Castro Mouta Reis, Padre Hilário Veloso de Barros, Ricardo da Conceição Amorim, Carlos Fernandes Almeida, António Alberto de Sousa, José Francisco Pinheiro da Costa, António Leitão de Carvalho, Dr. Manuel António da Assunção Sardinha, António Vieira Marques Pereira, António Pereira de Magalhães.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Noviço em Tibães e 4.º Bispo de Belém do Pará

Dom João de São José de Queirós da Silveira, monge da ordem de S. Bento, OSB, nasceu em Matosinhos em 12 de Agosto de 1711, e faleceu no Convento da Alpendurada, Marco de Canaveses, em 15 de Agosto de 1764.
Era filho de Francisco Gonçalves Dias e Joana Dias de Queirós. Com dezoito anos recebeu o hábito de noviço em Tibães, professou no dia 19 de Janeiro de 1729 nas mãos do Dom Abade Frei José de Santa Maria. Estudou Filosofia no Mosteiro de S. Miguel de Refojos de Basto. Ordenou-se Padre no dia 18 de Setembro de 1734 com 23 anos.
Em 10 de Outubro de 1759 o Papa Clemente XII confirma Frei João de São José e Queirós bispo do Pará. Foi ordenado Bispo no dia 4 de Maio de 1760, na cidade do Porto. Dom João de São José chega a Belém do Pará no dia 32 de Agosto de 1760. A entrada solene na Catedral de Belém do Pará deu-se a 11 de Setembro.
As suas viagens pastorais estão descritas em Memórias de Fr. João de São Joseph Queiroz, publicadas em 1868, com uma extensa introdução e notas ilustrativas de Camilo Castelo Branco.
No dia 25 de Novembro de 1763 Dom Frei João de São José segue para Portugal, chamado por uma ordem régia, após ter caído em desgraça aos olhos do Marquês de Pombal.
Camilo Castelo Branco refere-se em primeiro lugar ao quarto bispo do Pará, Dom João de São José, para em seguida se referir ao 6.º Bispo do Pará D. Frei Caetano Brandão: «Da fluente e desempeçada conta de sua vida, transluz, se não me engano, virtude sem blocos, espírito de christão e bispo, certo não propenso a sanctidades nem ageitado para milagres, mas o bastante para não macular a mitra que, dobados annos, assentará na fronte Caetano Brandão, o mais glorioso vulto das christandades lusitanas» (obra citada, p.32).

terça-feira, 8 de julho de 2008

FREI CAETANO BRANDÃO E PADRE ANTÓNIO VIEIRA.

Comemora-se este ano 400 anos do nascimento do missionário Padre António Vieira. Nasceu em Lisboa em 1608, mas com 6 anos partia para o Brasil. Em 1934 é ordenado Sacerdote Jesuíta. Entre 1641 e 1658, depois de regressar a Portugal, desempenha as funções de pregador da corte real. De volta ao Brasil, mais propriamente para o Maranhão, torna-se um missionário, um defensor da causa dos Índios e um combatente contra a escravidão. Morre, em 1697, com 89 anos de idade na Baía.
Também D. Frei Caetano Brandão, embora tendo nascido 132 anos depois, se tornou missionário em terras brasileiras, continuando na defesa dos Índios e dos escravos, embora sem aquele firmeza do Padre António Vieira, pois em muitas situações Frei Caetano mostrou-se mais contemporizador.
Mas ambos lutaram contra os excessos e desmandos dos colonizadores e exploradores brancos, em terras do Maranhão, em canoa pelas margens do Amazonas