terça-feira, 8 de janeiro de 2008

ROBERT SMITH EM TIBÃES

Conheci Robert Smith quando andava na antiga quarta classe. Um dia, quando brincava junto ao Mosteiro de Tibães, abordou-me no sentido de o acompanhar para carregar a sua pesada máquina fotográfica (com um grande fole e um pesado tripé). Durante vários dias, nas férias, acompanhei aquela figura simples, alta e magra. Lembro-me de algumas imagens que se encontram nos seus livros, serem tiradas, nomeadamente, o figurado da sacristia, pois, naquele dia começamos bem cedo a trabalhar para apanhar o sol que entrava pelas janelas voltadas para o Sameiro. No fim do dia era bastante generoso, oferecendo-me algumas moedas. Só o viria a encontrar, alguns anos depois, no Salão Nobre da Biblioteca Pública, por ocasião de uma conferência que produziu sobre Tibães. Lembro-me de ter referido que Tibães «era o museu do barroco em Braga».
Robert Chester Smith (1912-1975), norte-americano, da Universidade da Pensilvânia, foi um dos pioneiros da história da arte. A sua vastíssima obra, explora e documenta o património artístico e arquitectónico de Portugal e do Brasil. Os seus estudos abrangem vários géneros, da arquitectura à talha e azulejo.
Em 20 de Novembro de 1973, Robert Smith viria a ser condecorado com a medalha de mérito em ouro.
Indicamos, de seguida, uma pequeníssima amostra de toda a sua obra e vasta bibliografia: The art of Portugal, 1500-1800. London, 1968; A talha em Portugal, Lisboa, Horizonte, 1962; André Soares: arquitecto do Minho. Lisboa, Horizonte, 1973; Frei Cipriano da Cruz: Escultor de Tibães. Porto, Livraria Civilização, 1968;Frei José de Santo António Ferreira Vilaça. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1972. 2 vol.; As grades de Tibães e a sua prol. “Belas Artes”, Lisboa, 2ª série, 28-29, 1975, p. 17-44; Marceliano de Araújo escultor bracarense. Porto, Nelita Ed., 1970. Inclui um capítulo sobre a capela das Almas, em Mazagão; Três estudos bracarenses. Braga, Liv. Cruz, 1972. Inclui um estudo sobre a talha da capela mor do Bom Jesus do Monte.