quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

POLÍTICA EM VERSO (1) - ZEZÃO - 03-07-1923

Há dias, uns jornalistas,
Uns monstros d’informação,
Diziam admirados,
Num local expremido,
Três mortos serem achados,
Depois duma exploração,
Sem darem… sinais de vida…

E, vai d’aí, uns maduros,
Querendo dar-se ares de finos,
Saltam logo p’ras gazetas
Com arrelias picantes,
Chamando-os homens de pêtas,
Bêstas, cavalos, suínos
E… nomes injuriantes!

Que ignorância tão crassa
Vieram denunciar!
Mostram bem ‘star atrasados
Nos progressos da ciência!
Pois não sabem, os coitados,
Que os mortos podem falar,
Que está feita a experiência?

Não sabem que nas Américas,
Aqui há uns anos p’ra trás,
Uns sábios d’envergadura
Conseguiram obrigar
Um falecido rapaz
A ir para a sepultura
Por seu pé e a conversar?

Olhem que inda, o outro dia,
Um magarefe do Porto,
Por sinal um desalmado,
Deu cabo dum cordeirinho
E, passando um bom bocado,
Reparando, viu o morto
A bulir c’o seu rabinho!
Zezão

Sou um lírico...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

VOTOS DE ANO NOVO


Votos de um Ano Novo pleno de realizações. Que seja o ano da concretização de todos os sonhos.
Que 2009 traga a todos os amigos PAZ, AMOR, SAÚDE.

PADRE BOAVENTURA JOSÉ RODRIGUES

Nasceu em Parada de Tibães em 14 de Julho de 1881, na casa da Família Mário Sequeira e faleceu em 28 de Dezembro de 1956. Filho de António José Rodrigues e Rosa Maria Duarte.
Em 19 de Maio de 1905, recebeu a inquirição de génere.
Foi Capelão do Pópulo e da Capela do Guadalupe.
Dava aulas particulares, na Casa do Rasteira, no lugar de Agrafonte, em Tibães, aos moradores que o solicitassem.
Vivendo na cidade, deslocava-se três vezes por semana a Tibães, às segundas, quartas e sextas, para a Casa do Rasteira, onde descansava. Numa destas viagens, que eram sempre feitas a pé, foi colhido mortalmente por uma lambreta.




PADRE JOSÉ PEIXOTO DE OLIVEIRA (ZEZÃO)

Era irmão do meu bisavô. Nasceu em 11 de Novembro de 1878, na Rua de Baixo, em Frossos. Foi baptizado pelo Padre Francisco José Pereira, em 13 de Novembro de 1878 e faleceu em 6 de Abril de 1957.
Filho legítimo de João José Peixoto de Oliveira, Padeiro e de Maria Duarte. Neto paterno de Domingos José de Oliveira e de Mariana Peixoto e materno de Domingos Alves e de Francisca Duarte.
Pediu a Inquirição de Génere, no 2.º ano de Teologia, em 17 de Novembro de 1898. Ordenou-se sacerdote em 1896, tendo celebrado as Bodas de Ouro, em 28 de Julho de 1946.
Foi pároco de Martim, Encourados e S. Romão de Milhazes ( a partir de 1905) do Concelho de Barcelos.
Era considerado um bom professor de Português, no Colégio de S. Quitéria, em Felgueiras, onde leccionou. Numa carta de recomendação, o Director de Colégio escrevia: «Se quiserem um bom professor de Português, contratem-no, por que melhor não encontram».
Era igualmente um grande poeta, orador e político. Escreveu no Jornal «Dumiense» muitos versos contra a política de então. Assinava por Zezão e tinha uma coluna intitulada «Bichas e Foguetes». Este Jornal, no suplemento ao número 35, ano II, de 17 de Maio de 1905, traça um perfil, incluindo uma foto, do Padre José Peixoto de Oliveira.
Era, igualmente, um monárquico. Teve de refugiar-se contra alguns juízes influentes de Barcelos que lhe fizeram a vida dura.




PADRES DE TIBÃES

Costuma-se dizer que as sementes germinam em boa terra. Talvez por influência dos beneditinos em Tibães, o que é certo é que esta freguesia gerou muitos sacerdotes e freiras à sombra do Mosteiro de Tibães.
A minha família conta com três consagrados: Padre José Peixoto de Oliveira, a Irmã Maria dos Anjos que faleceu em Fall River nos Estados Unidos e Frei António José da Costa ou Frei João de S. Miguel, da Ordem Franciscana, falecido em 11 de Dezembro de 1888 em Frossos.
Da minha aldeia também são vários os que subiram ao altar: Padre Boaventura José Rodrigues, Padre Severino Pereira Fernandes (nasceu em Tibães em 10-03-1933, missa nova em 19-07-1959, Coadjutor da paróquia de Prado desde Outubro de 1960 até 1968 e pároco desde essa data até aos nossos dias), Padre João Cardoso de Oliveira (Pároco da Areosa, Viana do Castelo), Padre António Esteves, Padre Zeferino Esteves, Padre Delfim Coelho.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

IMAGENS - PRESÉPIO DE TIBÃES - 2008

PRESÉPIO DE TIBÃES - 2008

O presépio é uma referência do mundo cristão que simboliza o nascimento de Jesus na gruta de Belém, na companhia de José e Maria.
O Presépio de Tibães mantém-se e continua a mostrar aos visitantes a criatividade e a sua história. Um grupo de jovens, anualmente, congrega-se para manter bem vivas as tradições da freguesia.
A Tibães acorrem nestes dias milhares de forasteiros. Tibães é, assim, um lugar de encontros, de partilha onde nos apetece sempre voltar. Porque há cheiros e aromas a invadir-nos os sentidos, um mar onde desaguam os nossos pensamentos, uma foz que nos embala as memórias.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

GLOBALIZAÇÃO DA SOLIDARIEDADE (Natal de 2008)

A lógica do mercado, de estatura alta e imponente, de palavra fácil, com ar de desafio e voz tronitoante, instalou-se no pódio e no poder.
A resistência digna e sofrida dos indigentes faz-nos repensar a história, faz-nos reconhecer o protagonismo e o direito dos excluídos.
Os movimentos populares, que crescem de baixo para cima, tecem a malha donde emerge o exercício da cidadania, assumindo a causa dos pobres.
É um exercício de solidariedade, juntar a nossa voz, onde cresce a indiferença e a rejeição, onde se jogam os valores tradicionais e a idolatria do dinheiro.
É preciso juntar forças, favorecendo a globalização, como uma cultura da inclusão.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

AOS LEITORES DO BLOG

NASCER NOVAMENTE NESTE NATAL
Nascer na alegria, na abertura aos outros, no perfume sedutor, no gesto acolhedor, no perdão e na capacidade de amar. Boas Festas e Feliz Ano Novo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Frei Cipriano da Cruz

Monge beneditino, nasceu em Braga na segunda metade do século XVI e faleceu em Tibães, em 17 de Fevereiro de 1716. É considerado o expoente máximo da arte da «talha», enriquecida com o trabalho do ouro, criando um estilo que ficou conhecido como o “barroco nacional”.
Como produções de Cipriano da Cruz, em Tibães, destacam-se: o primeiro retábulo da Capela-Mor, as esculturas da Visitação, de São Bernardo e São Gregório; no retábulo da primeira capela do lado do Evangelho, dedicada a Santa Gertrudes e São Miguel e o cadeiral do Coro. No triénio 1680/1683, decorou a sacristia, onde se destaca um retábulo contendo um grupo em talha sobre a Visitação e doze figuras em barro policromado representando as Virtudes, a Alegoria da Igreja e os quatro Santos Beneditinos. A segunda etapa da talha de Tibães, corresponde à introdução do primeiro estilo barroco ou estilo nacional (1692/1695), com a capela de Santa Estugarda, e ainda o retábulo da Assunção de Nossa Senhora, na Capela de Santa Ida e a talha da Capela de Santa Ana, onde figura o grupo da Sagrada Família.
Frei Cipriano da Cruz é, com certeza, o mais destacado “imaginário” bracarense dos finais do século XVII e princípios do XVIII.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

FREI JOSÉ DE SANTO ANTÓNIO VILAÇA



Frei José de Santo António Vilaça, escultor e entalhador beneditino, nasceu em Braga a 18 de Dezembro de 1732, no Terreiro de São Lázaro, tendo dedicado grande parte da sua vida ao embelezamento das igrejas beneditinas das dioceses de Braga e Porto. Viria a falecer em 30 de Agosto de 1809, encontrando-se enterrado no claustro principal do Mosteiro de Tibães.
Tudo indica que o monge era o principal discípulo de André Soares, sob orientação de quem trabalhou na capela-mor de Tibães.
Em Tibães – verdadeiro museu do barroco em Braga ou santuário do rocócó bracarense - desenhou os enquadramentos dourados dos seis janelões, que depois entalhou com tanta virtuosidade; as voluptas torcidas e folhagens emulando plumas, que pairam por cima da dupla fila de bancos da capela-mor; as duas cadeiras-de-braços, pintadas de encarnado e ouro, para a visita do abade geral de Tibães; as esculturas de São Bento, Santa Escolástica, São Martinho, a Tribuna do Mosteiro, as sanefas da igreja, o pé do órgão, o oratório do coro e a cabeça de Cristo, no crucifixo.
Escreveu um diário, chamado «Livro de Rezam», onde anotava, triénio por triénio, a necrologia beneditina. Este manuscrito inclui, igualmente, elementos biográficos juntamente com uma longa lista de trabalhos nos mosteiros de Tibães, Refojos de Basto, Pombeiro, Pendurada, Miranda, Paço de Sousa, Santo Tirso e Cucujães.

PADROEIRO DE BRAGA

No dia 5 de Dezembro comemorou-se o Dia do Padroeiro da Cidade de Braga, S.Geraldo.
Este santo é conhecido, genericamente, por duas facetas: como primeiro arcebispo de Braga e pela lenda (milagre) dos frutos.
Refere a lenda que: « encontrando-se S. Geraldo muito doente, às portas da morte, em Bornes, refugiado da neve que abundantemente caía pediu, nos ardores da febre, que lhe trouxessem algumas peças de fruta. Um familiar seu respondeu-lhe que, com aquele tempo, as árvores estavam despidas de frutos. Ao que ele retorquiu: Ide e procurai. Foi, então, que repararam que, no exterior, as árvores estavam carregadas de fruta».
Na Sé Catedral podemos visitar a Capela de S. Geraldo, onde encontramos um conjunto de azulejos que retratam o milagre das frutas, atribuídos ao pintor António de Oliveira Bernardes (1662-1731).

VISITA À ESCOLA FIXA DE TRÂNSITO

No âmbito da Formação Cívica, no dia 4 de Dezembro, a turma 6 do quinto ano de escolaridade, visitou a Escola Fixa de Trânsito.
Tendo em conta a Cidadania e Segurança rodoviária, esta visita impõe-se pelo cenário preocupante que por si só configura, sendo considerada pela OMS como um grave problema de saúde pública, com pesadas consequências sociais e económicas, afectando com forte incidência as camadas mais jovens da população.
A formação integral da juventude, passa pelos diversos tipos de educação, sendo mais proveitosa começar pelas idades mais tenras.




quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

DEIXEM-ME VOAR, ESTOU EM GREVE

Deixem-me voar, a matéria merece revisão. O mundo mudou e estou à mercê de sucessivos ajustes pedagógicos.
Deixem-me voar, tudo é exacerbadamente intenso. É preciso estar sempre a aprender e conhecer a palavra «paciência».
Deixem-me voar, para não cair no «fosso entre gerações». Sei lidar com o que sinto, mas não convivo com os malefícios da realidade.
Deixem-me voar, pois os resultados não se definem à medida dos desejos. Necessito de inventar, correr riscos, decepcionar-me, ter tempo para encantamentos.
Deixem-me voar, já não dependo de orientações controversas. Deixem-me ser professor e ter a responsabilidade de educar.

domingo, 30 de novembro de 2008

TIBÃES E AS INVASÕES FRANCESAS

Brevemente passarão dois séculos após a passagem dos invasores franceses pela nossa região. Em Março de 2009, 0 General Nicolas Jean de Dieu Soult (1769-1851), comandante da segunda invasão francesa, entrava no Bom Jesus, na Falperra e em Braga, depois de vencer as serranias do Alto Douro, Trás-os-Montes e Minho, onde, pela estrada de Chaves, chegava à Serra Amarela.
Comandava a defesa do norte do País, o General em chefe Bernardim Freire de Andrade que tinha como seu Quartel Mestre, o capitão Custódio José Gomes de Vilas Boas, mais tarde, segundo o seu assento de óbito, tenente-coronel.
O General Bernadim Freire de Andrade (1759-1809), face à desvantagem das forças que comandava, retirou para Braga, onde poderia melhor estabelecer a defesa da cidade, mas esta estratégica retirada, não foi bem vista pelo povoléu, que amotinado julgou Freire de Andrade, como jacobino e francesismo. Freire de Andrade, como Governador Militar do Norte em 1809, recebe a missão de defesa do Minho, na segunda invasão francesa. Consegue impedir a passagem de Soult por Caminha, mas sem condições para montar uma linha de defesa na região de Braga, optou por retirar para o Porto, o que foi considerado pela população como uma atitude colaboracionista e de entrega do país aos franceses. Acabou linchado pela populaça no dia 18 de Março de 2009, perto de Braga.
Este mal entendido viria a recair, também, sobre Custódio José Gomes de Vilas Boas. Um e outro pagaram, com a vida, o seu patriótico exemplo.
Primeiro, em 17 de Março, é assassinado Bernardim Freire.
Em consequência do avanço das tropas napoleónicas, avanço que, na região atribuíam a traição dos chefes militares portugueses, temendo pela sua segurança, Custódio José Gomes Vilas Boas, refugia-se no Convento de Tibães, tendo ali sido procurado pela enraivecida, turbulenta e desorientada turba. Trazido para Braga, é assassinado, também a tiro, no Campo de Santa Ana, no dia seguinte ao da morte de Bernadim Freire de Andrade.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

IMAGENS DA VISITA DE ESTUDO

VISITA DE ESTUDO AO MUSEU D. DIOGO DE SOUSA

VISITA DE ESTUDO ÀS RUÍNAS ROMANAS DA CIVIDADE E AO MUSEU DE ARQUEOLOGIA REGIONAL D. DIOGO DE SOUSA
No dia 28 de Novembro de 2008, de manhã, a turma seis do quinto ano de escolaridade, visitou as Ruínas Romanas da Cividade e o Museu D. Diogo de Sousa, no âmbito da Romanização.
Começamos por visitar as termas romanas localizadas na Colina de Maximinos, situadas junto ao Forum da antiga cidade romana (Bracara Augusta). As termas públicas eram vastos edifícios preparados para proporcionar aos habitantes ou visitantes da cidade a possibilidade de tomar o seu banho de acordo com as regras prescritas pela medicina da época.
Seguidamente passamos ao Museu D. Diogo de Sousa onde observamos, apenas, o espólio da época romana, em Bracara Augusta. O nome do Museu está associado ao arcebispo D. Diogo de Sousa (1461-1532), a quem se ficaram a dever importantes medidas de remodelação urbanística em Braga e o facto de ter reunido os testemunhos arqueológicos mais antigos desta cidade, até então dispersos.

S. MARTINHO DE TOURS - PATRONO DE TIBÃES

Como Patrono da Freguesia de Mire de Tibães, o interesse por este grande monge, bispo, apóstolo e evangelizador do ocidente é redobrado. Nascido na Panónia, actual Hungria, no século IV, é venerado e recordado todos os anos no dia 11 de Novembro.
O seu culto, na Península Hispânica, desenvolve-se, sobretudo, após a conversão dos suevos, no tempo de Bispo Bracarense S. Martinho de Dume.
Quem não conhece o milagre de Amiens, quando deu metade do rico manto ao mendigo.
Quem pode deixar de associar os frutos secos da terra a S. Martinho. Castanhas, pão, vinho novo, bem como ligado ao provérbio «no dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho».
Quem não aguarda o dia de S. Martinho para aumentar o celeiro. A Sala do Recibo, no Mosteiro de Tibães, é bem uma amostra desta afirmação. Nesta sala, no dia de S. Martinho, os caseiros do couto de Tibães depositavam os produtos agrícolas que se destinavam ao sustento da comunidade. Lá se encontravam os cereais, as balanças, os pesos, as medidas (a rasa e o alqueire) e os livros de assento.



domingo, 23 de novembro de 2008

O CINEMA E O BOM JESUS DO MONTE

Faz hoje 112 anos (23-11-1896), que chegou ao Teatro S. Geraldo, o Kinetógrafo português. Um dos primeiros filmes registados com o Kinetógrafo foi «O Zé Pereira nas Romarias», exibido pela primeira vez em 12 de Novembro de 1896 no Porto.
Por volta de 1908, a Invicta Film, marca da empresa Nunes Matos e companhia, inicia uma actividade mais regular no norte do país, com documentários e filmes panorâmicos produzidos em celulóide. De entre as películas produzidas pela Invicta Film nomeamos: «Bom Jesus do Monte», «Viana do Castelo» e «Barcelos».

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

AZULEJOS DO CONVENTO DO PÓPULO




A recuperação do revestimento azulejar da escadaria nobre do Convento do Pópulo, vem mostrar a salvaguarda deste interessante e valiosíssimo património arquitectónico e contribuir para a divulgação do património recuperado, promovendo a valorização e dinamização do edifício onde se insere – o Convento do Pópulo, classificado como Imóvel de Interesse Público.
As dependências conventuais do conjunto edificado são compostas por diversos espaços, de que se destaca o claustro e a escadaria nobre. Esta é composta por dois pares de lanços de escadas laterais, simétricas que conduzem a um patamar intermédio, amplo e rectangular, de onde irrompem dois lanços centrais opostos e que terminam nos corredores de acesso às alas laterais, respectivamente da frontaria e das traseiras.
A escadaria nobre apresenta revestimento em silhar de azulejo, composto por uma série de painéis de azulejo de contorno recortado, datado do século XVIII. (imagens retiradas do Blog - http://municipiobraga.blogspot.com)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

TEMPLO ROMANO E NECRÓPOLE EM BRAGA

As obras que decorrem na Avenida da Liberdade colocaram a descoberto um Templo Romano, do século I, junto da Necrópole recentemente descoberta.
As escavações arqueológicas, efectuadas no quarteirão dos antigos Correios e na zona onde decorrem as obras de prolongamento do túnel, trouxeram à superfície valiosos vestígios que enriquecem a nossa já vasta herança romana.
Com certeza que estas descobertas vão merecer de todos a preservação e a dignidade de tratamento que o assunto releva.
Longe de nós pensar que este assunto merecerá o mesmo tratamento que o património teve no passado desta «Cidade dos Arcebispos».

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

TIBÃES E O ESCADÓRIO DOS CINCO SENTIDOS

O escadório dos Cinco Sentidos, construído por iniciativa de D. Rodrigo de Moura Teles, exemplar de um barroco exuberante, para além da Fonte das Cinco Chagas, é composto de mais cinco fontes representando cada um dos cinco sentidos humanos.
John Bury e Germain Bazin levantam a hipótese deste escadório se ter inspirado em idêntico existente nos jardins do Mosteiro de Tibães, construído durante o século XVII e reformado posteriormente.
Mónica Massara defende que «as fontes de Tibães não poderiam ser classificadas como barrocas, mas sim como típicos exemplares do maneirismo português”.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ALUNOS VISITAM MUSEU DOS BISCAINHOS


Na semana de 10 a 14 de Novembro, todas as turmas do sexto ano de escolaridade da EB 2/3 Frei Caetano Brandão visitaram o Museu dos Biscainhos.
O Museu dos Biscainhos está instalado no Palácio dos Biscainhos, fundado no século XVII e definido arquitectonicamente na primeira metade do século XVIII. Durante cerca de três séculos foi habitação de uma família nobre (Condes de Bertiandos), transformando-se em Museu público a 11 de Fevereiro de 1978. Em 1949 o edifício e os seus jardins foram classificados como Imóvel de Interesse Público.
O palácio, os jardins barrocos e as suas colecções revelam o quotidiano da nobreza setecentista assim como numerosas referências da vida dos outros habitantes do espaço: capelães, criados e escravos.
Os alunos visitaram as várias colecções de artes decorativas (mobiliário, ourivesaria, cerâmica, vidros, têxteis, etc), instrumentos musicais, meios de transporte, gravura, escultura/talha, azulejaria e pintura, da época compreendida entre o século XVII e o primeiro quartel do século XIX, terminando a visita junto do jardim do museu, um dos mais significativos do período Barroco em Portugal.
A visita foi acompanhada de uma actividade intitulada "Sons do Palácio ". Acção desenvolvida como um jogo exploratório. A partir da audição de sonoridades que expressam o conteúdo original dos espaços e jardins do Palácio, os alunos são solicitados à respectiva identificação na sequência do percurso de visita.



VISITA DE ESTUDO AO MUSEU DOS BISCAINHOS

domingo, 9 de novembro de 2008

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE MIRE DE TIBÃES

No próximo dia 11 de Novembro, pelas 20 horas, tomará posse a direcção do Centro Social Paroquial de Mire de Tibães, por Provisão do Ex.mo Sr. Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga.
Direcção:
Presidente – Padre Luís Gonzaga Marinho Teixeira da Silva,
Vice-Presidente – Gentil Ferreira do Fundo Oliveira,
1.º Secretário – Hermínio Veiga da Silva,
2.º Secretário – Maria da Conceição Rodrigues Quintas Veiga,
Tesoureiro – Jorge Manuel Dias Gomes.
Conselho Fiscal:
Presidente – José Carlos Gonçalves Peixoto,
Vogais – Laura da Conceição Gomes Igreja e Ana Maria Correia Dias Costa.
Órgão de Vigilância:
Padre Luís Gonzaga Marinho Teixeira da Silva.
Após aprovação pelo Senhor Arcebispo de Braga, os Estatutos foram publicados em Diário da República em Abril de 2004, por iniciativa das «mulheres em movimento».
Em Maio de 2004, encontrou-se o terreno para a construção do Centro Social, no valor de 19.952,00 € e Compra de Carrinha no valor de 19.900,00€.
Receitas de 2004 – 47.580,00€
Receitas de 2005 – 46.500,00€
Receitas de 2006 – 42.425,00€
Receitas de 2007 – 58.623,65€
Principais actividades:
Em 2006:
– Pedido à CMB para elaboração do projecto,
- Concurso ao financiamento do Programa PARES,
- Financiamento de 360.000,00€ para Infra-estruturas e 28.800,00€ para equipamentos do projecto de candidatura ao programa PARES.

Em 2007:
- assinatura do contrato de financiamento do programa PARES,

- abertura de concurso para construção do centro social.
Em 2008:
- Adjudicação da obra por 745.745,12€,
- Benção da primeira pedra,
- Concerto com «Just Girls»,
- Cortejo para angariação de fundos,
- Início do grande sorteio de um automóvel.

IRMÃS MISSIONÁRIAS DONUM DEI EM TIBÃES

A partir do início de 2009, uma comunidade de missionárias, pertencente à Ordem Carmelita, vai instalar-se no Mosteiro de Tibães.
A família Donum Dei sempre se dedicou à actividade hoteleira e à exploração de restaurantes, como um meio privilegiado para a Evangelização.
Esta comunidade foi fundada em Saint Denis, no Norte de Paris, imediatamente a seguir à 2.ª Grande Guerra, em 1947, pelo Padre Marcel Roussel-Galle.
Esta família encontra-se dispersa por cinco continentes.

"DEIXEM-NOS SER PROFESSORES"

Também fui à manifestação. “ Deixem-nos ser professores”, foi o slogan do dia de luta dos professores, em 08-11-2008, em Lisboa, que envolveu 120.000 professores. Não há memória de uma união tão forte, nem nunca assisti a uma manifestação com este carisma.
A Sr.ª Ministra conseguiu unir transversalmente todos os professores: dos titulares, aos não titulares, dos novos aos menos novos, numa convergência de opiniões contra o sistema, nunca visto na história do ensino.
Foi um espectáculo bonito, ver todos os docentes, oriundos de todas as regiões do país, unidos num mesmo objectivo, sem qualquer espírito partidário, mas num esforço de melhoria do sistema educativo, contra os todos os subterfúgios de alterar o sistema administrativamente.
Só há uma solução: melhorar a qualidade do ensino só passa pelo envolvimento de todos os professores.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

NÃO HÁ CRISE DE VALORES

Dizia Santo Agostinho: «Diz-me o que amas e dir-te-ei quem és». Uma pessoa é o que, realmente, são as suas valorações.
O que define cada um destes tipos: o homem teorético, o homem estético, o homem social, o homem politico, o homem económico e o homem religioso é o facto de fazer de um valor determinado ( ciência, arte, trato humano, religião, etc.) o objecto da própria vida. Cada homem não só opta por um valor, que passa a caracterizá-Io mas, na realidade, opta por todos e cada um desses seus valores (e por muito mais ainda), de modo que cada individuo fica definido, mais pelo primeiro valor que escolhe, que pela ordem de todos os que escolheu.
Diferentes pessoas atribuem importância a diferentes valores. Uns preferem os valores teóricos (lógica, verdade), outros os valores económicos (diligência, riqueza), outros valores estéticos (beleza, harmonia), outros os valores sociais (amizade, igualdade), outros os valores políticos (poder, reconhecimento), outros os valores religiosos ( salvação), etc.
O valor, como tal, é privativo do homem. Precisamente porque o acto de valorizar é racional, não é um acto caprichoso, mas submetido a leis.
Parece, pois, que a valoração não pode ser arbitrária, mas deverá respeitar certas exigências lógicas e a ordem racional.
Para tratar este tema, devemos distinguir valores e valorações.
O valor radicaria no objecto (uma pintura, supunhamos, pode ser bela em si mesma) e a valoração («eu gosto desta pintura») seria o acto pelo qual um sujeito reconhece esse valor e o estima. E ai está todo o drama do problema dos valores, em que o sujeito, equivocando-se, pode atribuir valor ao que não tem, ou preferir um valor inferior a outro superior, e assim fazer mais valorações.
Deste modo o problema pedagógico não são os valores, mas as valorações.
O que nos leva a afirmar que a chamada crise de valores é, antes, a nossa crise. Fala-se de crise de valores como se os valores ou alguns deles deixassem de existir e dependessem só da subjectividade dos homens.
A crise de valores não existe, mas sim a crise de valorações. A crise é nossa, do homem, não dos valores.
Os valores, quer sejam normas ou princípios, organizam-se hierarquicamente. Ou seja, em cada pessoa ou grupo se dá uma escala de valores que sustenta e explica as suas opções, comportamentos.
As pessoas consideram que certos valores são mais importantes que outros e estão por isso mais dispostas, em caso de conflito, a sacrificar uns em favor de outros. Por exemplo, entre o valor da vida humana e o da propriedade de um bem material, pode existir um conflito se, por exemplo, para se salvar uma vida, for necessário roubar.

FESTA DO PADROEIRO


terça-feira, 4 de novembro de 2008

ACDT


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A CASA DA NAIA




A Casa da Naia, também conhecida como Casa da Quinta da Naia é um imóvel de arquitectura civil, inserido em contexto rural e considerado Imóvel de interesse público. D. L. n.º 129/77 de 29 de Novembro.
São escassas as informações acerca da casa e dos restantes elementos construídos que a rodeiam e que com ela, formam um interessante conjunto arquitectónico; no entanto, é possível situar a sua edificação entre os finais do século XVII e princípios do Século XVIII. Apesar dos evidentes sinais de degrada­ção, a Casa da Naia possui uma grande beleza e equilíbrio, proporcionados pela fachada principal composta por três corpos, integrando o central, uma varanda alpendrada à qual se acede a partir de uma escadaria de lanços convergentes.
A estes motivos de grande interesse, somam-se no espaço envolvente, fontes de jardim, um tanque, esculturas, azule­jos e terreiros, bem como um impo­nente portal encimado por uma pedra d'armas com motivos eclesiásticos, sendo este, o único elemento visível a partir do exterior dos muros em granito que delimitam a quinta.
Lamentavelmente é mais um caso de negligência e de falta de respeito pelo património bracarense, pois esta casa encontra~se há vários anos em estado de degradação completa.

domingo, 2 de novembro de 2008

RANKING DO 9.º ANO - AS 10 MELHORES ESCOLAS

Segundo o Correio da Manhã, do dia 2-11-2008, as dez melhores escolas do Distrito de Braga, num conjunto de 95 são:






Ranking das melhores Escolas do Concelho de Braga, segundo o
Jornal Público de 3/11/2008:




S. MARTINHO EM TIBÃES

Três entidades (junta de freguesia, paróquia, Mosteiro de Tibães) vão celebrar dignamente a festa do padroeiro, com o seguinte programa:
1- No dia 8 de Novembro, pelas 18 horas, Requiem de Fauré;
2- No dia 8 de Novembro, pelas 20 horas, jantar com receitas monásticas;
3- Dia 11 de Novembro, pelas 20 horas, missa solene seguida de magusto;
4- Dia 15 de Novembro, pelas 15 horas, espectáculo de Marionetas «S. Martinho, a vida e a lenda»;
5- Dia 16 de Novembro, pelas 15 horas, Conferências: «A difusão do culto de S. Martinho no Norte do País»; « A cartografia das paróquias de S. Martinho na diocese de Braga».

sábado, 1 de novembro de 2008

A CASA DA ORGE


Situada em Maximinos, a Casa da Orge é um palacete todo murado, com uma frente majestosa, do século XVIII. Foi construído em 1735, cujo portão de entrada nos oferecia uma bonita roseta talhada em pedra.
Recentemente, foi tentatada a classificação deste edifício setencentista - a Casa da Orge - de indiscutivel valor patrimonial, embora não figure como tal no cadastro mandado fazer pela Câmara.
Ultimamente o IPPAR, em 15 de Maio de 2003, tomou a decisão de considerar a viabilidade de "classificação da Casa da Orge" (Processo nº03/03/24(001)CLS/2002), na Freguesia de Maximinos à saída da estrada para Barcelos, por esta casa setecentista, "merecendo protecção específica, se inscreveria na categoria de Imóvel de Interesse Municipal".
Mesmo salvaguardada por medidas cautelares, mesmo em pleno século XXI, onde se afirmam as elevadas responsabilidades políticas do nosso tempo em matéria de cultura, mesmo assim foi demolida em 2007, para dar lugar a outro edifício sem história, sem arte, sem autor e sem futuro.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

500 ANOS AO SERVIÇO DA VIDA



Em postagem anterior, demos conta do contributo de alguns arcebispos de Braga para a fundação do Hospital de S. Marcos (1508-2008), hoje queremos dar conhecimento das comemorações em curso, que se estendem entre 27 de Abril e 20 de Novembro e, sobretudo, informar da publicação de duas obras: A Igreja de S. João Marcos do Hospital do Cónego António Macedo e A Misericórdia de Braga - A assistência no Hospital de São Marcos, de Maria de Fátima Castro.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

NETA DO FUNDADOR DO ELEVADOR DO BOM JESUS DO MONTE


Faleceu em Outubro último, com 95 anos, D. Ilda Gomes, neta de Manuel Joaquim Gomes, fundador do Ascensor do Bom Jesus do Monte, residente no lugar de Dadim, Nogueiró, Braga.

200 ANOS SOBRE AS INVASÕES FRANCESAS EM BRAGA - CARTUXAME E MOSQUETARIA PARA A RESISTÊNCIA

Vamos comemorar no próximo ano, dois séculos sobre a segunda invasão francesa. Como a abordagem das invasões francesas, as suas causas e consequências são objecto dos Programas de Historia, aqui vos deixo alguns dados importantes e inéditos relacionados com este período da nossa história, e que ocorreram na nossa cidade.
A Batalha de Carvalho d'Este e a resistência nas montanhas de Carvalho d'Este terminou na manhã de 20 de Março de 2009, revela o heroísmo dos bracarenses que se ergueram pela defesa da sua terra e dos seus valores. Foi uma luta desigual, de um lado um exército com 35 mil homens munidos de cavaaria e artilharia, do outro 20 mil homens (tropas, milícias e populares armados, apenas, com paus). As balas foram fundidas a partir dos sinos da cidade. A resistência terminou ao fim de três dias, deixando no campo de batalha mais de 1200 mortos.
Como, nesta escola, sempre frequentaram meninos que residem no Colégio de S. Caetano, vamos, igualmente, relacionar esses dados com factos verificados nessa instituição, durante esse período histórico.
O nosso pais, em consequência da não adesão ao bloqueio continental, foi invadido, três vezes, pelos franceses. Das invasões, apenas a segunda, comandada pelo Marechal Soult, passou pela cidade de Braga.
Nicolau Soult comandava um exército de 24 mil homens, com quatro divisões de infantaria, sob as ordens dos Generais Merle, Mermet, Delaborb e HeudeIet, mais uma divisão de cavalaria às ordens do General Franceschi e duas brigadas de dragões comandadas pelos Generais Lahoussaye e Lorges.
Chegaram a Braga em 20 de Março de 1809, encontrando-a praticamente deserta, refere o livro de receitas do CoIégio de S. Caetano, dia em que o Tesoureiro do Depósito Geral procedia à liquidação do aluguer de uma sala que possuía no mesmo depósito.
A sua passagem ficou bem registada em muitas referências encontradas nos manuscritos existentes no Colégio de S. Caetano. Além disso, dilaceraram o livro de matriculas com cuja sorte se perderam muitas memorias importantes para o seu estudo.
A chacina, a rapina e a destruição produziram várias sequelas. Por exemplo, o colégio perdoou ao inquilino da casa número 5, na Rua de S.to António, José da Purificação, parte da renda vencida no S. Miguel de 1809, em atenção aos graves prejuízos que sofreu com a invasão e as doenças que teve, ficando reduzido à extrema pobreza. Também se baixou, em 1810, o aluguer da casa número 6, na Rua de S.to António, propriedade do colégio, de 60000 para 40000 réis/ano, por não haver inquilinos para as casas e o inquilino Manuel José Vieira do Paraíso, negociante, ter de abater o negocio em virtude da guerra.
Aconteceu, igualmente, que alguns pais tiveram que se separar dos filhos, deixando-os ao cuidado do colégio, para fugirem aos franceses, caso de Manuel Alves, de S. Pedro de Atei.
No entanto, a maior parte dos alunos abandonou o colégio e fugiram para as suas terras, ficando os custos por conta da instituição. Outros acompanharam o Sr. Arcebispo na fuga, caso de José Joaquim Monteiro Cabral, afilhado de D. José da Costa Torres, que fugiu no dia 16 de Março de 1809.
Encontrámos, ainda, anotações feitas pelos franceses, no inventário de 1799, em nosso entender, com nítido propósito de afirmação. Numa dessas páginas figurava uma cópia de uma ordem de serviço (ordere du joure de l’arm, du 9 Marse 1809, aux corpes darm ... , possivelmente retirada do Livre d'Ordre de La Primier Compagnie du 26. me Regimentt).
A invasão dos franceses prejudicou grandemente o colégio, tendo destruído móveis e alfaias, como também arruinaram o edifício, sendo preciso recorrer às escassas rendas para atender aos reparos do edifício e ao provimento dos móveis mais necessários.
O papel do colégio na defesa da pátria e desta província foi, igualmente, digno de realce, por outros motivos. Directores, mestres e alunos empenharam-se na manufactura de cartuxame e mosquetaria de fuzilaria para a tropa e forca armada desta província. Para tal montaram uma fábrica e um laboratório nas Casas do Campo de S. Sebastião, que eram propriedade da instituição.

A NOSSA IDENTIDADE - O TI-ZÉ-DA-AURORA

Há dias em que não conseguimos definir o que sentimos. Se fôssemos capazes de dar um nome a essas coisas não mergulharíamos em situações de vazio. Outras vezes é necessário andar muito tempo para trás até descobrirmos a essência da nossa identidade.
Naquele dia do aniversário dos meus sete anos, desaparecia o Ti-Zé-da­-Aurora, cuja auréola iria permanecer indelevelmente gravada, para sempre, no meu coração.
O meu avô era de estatura alta, franzino, sorriso escondido sob um bigodinho característico da família. Nele as rugas não assentaram arraiais, os cabelos nunca conheceram um tom esbranquiçado e os ossos nunca resmungaram. Nunca sentiu o peso dos anos, nem chegou a conhecer momentos de isolamento e de dependência, pois deixou-nos na aurora da vida.
De modo repentino, aquela força da juventude diluiu-se fisicamente no quotidiano das nossas vidas, deixando uma marca de dor e saudade. Não houve oportunidade para partilhar a sua sabedoria e a experiência acumulada.
Como te revejo pela entrega a certas causas com um brilho nos olhos e uma doçura na palavra!
Quantas histórias ficaram por contar! Quantos passeios ficaram por dar! Quando regressavas da Fábrica de Ruães e, depois de enganares o estômago, era ver-te com uma mão agarrada à enxada que levavas ao ombro, pelo Campo de Seixido abaixo, e a outra segurando ternamente o neto.
Aquela figura mágica, o avô mítico das histórias de encantar, não chegou a ser idoso. Não conheceu reforma, nem o estatuto penoso do reformado, não bateu cartas na banca improvisada do jardim, não chegou a envelhecer, nunca aprendeu a conjugar a expressão «ser velho», nunca deu mostras das «maleitas da idade», não contou com todo o tempo do mundo para conviver com os netos - alguns não chegou a conhecer - e com os amigos da «caça».
Não houve tempo para estabelecermos cumplicidades estimuladoras. Ficaram olhares, carinhos, sorrisos, recordações que enchem o tempo de saudade.
Em todas as crianças há um tempo, um espaço e um ser, mas tu desapareceste antes do meu tempo se cumprir e do meu ser se realizar. Se voltasses sorririas, por baixo do teu bigodinho, pois verias como cresci na tua ausência.
Será que quando nos entregamos à memória, aquele emaranhado de emoções a que não conseguimos dar nomes, será que estamos pura e simplesmente a analisar caminhos e influências?
Quando me entrego a certos pensamentos, recordo o teu olhar doce ao admirares os meus primeiros sarrabiscos e as minhas primeiras letras. Como sinto as tuas mãos calejadas do trabalho do campo e da labuta da fábrica ao afagares o rosto do neto mais velho. Como te enchia de vida e de entusiasmo o meu regresso às segundas-feiras. Os fins de semana eram uma eternidade.
Ai, se conseguisse agarrar as palavras que passam cá dentro! Se Ihes deito as mãos desabafarei que foste o melhor avô do mundo.

domingo, 26 de outubro de 2008

HOSPITAL DE S. MARCOS - 500 ANOS

Comemoramos, em 2008, cinco séculos sobre a fundação do Hospital de S. Marcos. Três grandes arcebispos de Braga desempenharam um papel fundamental na criação e desenvolvimento desta instituição.
Em 1508, D. Diogo de Sousa (1505-1532) funda esta instituição, no âmbito do seu plano reformador, que ao longo de 500 anos esteve ao Serviço da vida, como sinal de fé, da história e da arte, com o objectivo de reunir num só conjunto todos os hospícios, lazaretos e albergues de acolhimento dispersos pela cidade.
D. Diogo de Sousa, como Senhor de Braga, entregou, em 1559, à Câmara Municipal os cuidados de saúde e de assistência. Em seguida, Frei Bartolomeu dos Mártires entregou esses serviços à Misericórdia de Braga.
Mais tarde, D. Frei Caetano Brandão viria a fazer desta instituição uma verdadeira escola de medicina. Dotou-o de novos instrumentos médicos, de novas práticas, de uma escola de cirurgia, e de vastos donativos.






sexta-feira, 24 de outubro de 2008

QUANDO AS REFORMAS DO ENSINO NÃO RESULTAM

Ocorreu-me este artigo, quando assisti a uma conferência do Professor Ivor F. Goodson, autor do livro Conhecimento e Vida Profissional, Estudos sobre Educação e Mudança, na II Conferência Internacional sobre Estudos Curriculares, no dia 24 de Outubro, na Universidade do Minho.
O título deste artigo nasce de uma questão nuclear colocada pelo conferencista. Citou países que gastam milhões em reformas educativas mas que acabam por não resultar.
Porquê? O conferencista respondeu: «pelo simples facto de os professores não serem ouvidos».
O enfoque deve ser colocado no conhecimento dos professores, nas suas «estórias», mas suas narrativas, nos seus diários, na investigação-acção e na fenomenologia. Quando os professores falam da sua prática, fornecem conhecimentos pessoais e práticas sobre o seu saber especializado e oferecem oportunidades de representação.
Quando a «estória deixa de estoriar», ela transforma-se num pedaço de história, num dispositivo interpretativo.
Os professores não são ouvidos porquê? A educação não é um processo que deve envolver todos os intervenientes no acto educativo?
Os professores, enquanto contadores de «estórias de vida» não negligenciam o contexto estrutural dessas vidas, conduzem-nos a um terreno social rico, a entendimentos sobre a natureza socialmente construída das nossas experiências.
O Ministério da Educação só ganharia em ouvir os professores, a educação avançaria se envolvesse os professores, pois só nós podemos indicar o caminho através das nossas acções.
O poder continua a ser administrado de forma hierárquica, enquanto que as «estórias individuais e práticas dos professores» oferecem um espaço para respirar e reduzem o oxigénio necessário para se conseguir uma compreensão mais abrangente.
Quando se passa por cima da opinião e do sentir dos professores, estes divorciam-se do poder e assim se liquidam novas formas de produção, colaboração, representação e conhecimento.
O poder passa a basear-se em teorias descontextualizadas, não se baseiam na pesquisa educacional e não se apoiam na experiência vivida da escolaridade e nos padrões culturais emergentes na sociedade.
Numa palavra, não estaremos a assistir a uma liquidação da contestação cultural evidenciada no discurso teórico e crítico?

domingo, 19 de outubro de 2008

Festividade em honra da Senhora do Rosário


A Confraria da Senhora do Rosário de Mire de Tibães comemorou, no dia 19 de Outubro, mais uma vez, a tradicional festividade em honra de N-ª Sr.ª do Rosário.
Numa freguesia em que abundam festividades com programas religiosos e profanos, nomeadamente, O Cerco, a Sr.ª do Ó, S. Filipe e S. Gens, é de louvar a manutenção desta festa, bem como a do Menino Jesus, apenas, com cariz religioso: eucaristia solene, sermão e procissão.

A PEDAGOGIA DOS PROBLEMAS

(Artigo publicado na revista Andarilho,n.º 23, 2001)
Aprendi com John Dewey que «toda a lição deve ser uma resposta» e um encontro.
Uma resposta às inquietações, dúvidas, interrogações, perplexidades, necessidades e vazios dos alunos.
Um encontro para a construção de identidades, para a afirmação das diferenças. Um encontro com a singularidade dos nossos alunos, um ponto de encontro com a pedagogia dos problemas.
Obviamente que não vou ao ponto de vos roubar o direito ao tempo com lições de qualquer espécie. Mas a este propósito considero que é importante fazer do tempo estreita conta e não gastar sem conta tanto tempo, como refere Frei Castelo Branco num dos seus belos sonetos:
Ó vós, que tendes tempo e tendes conta,
Não o gasteis sem conta em passatempo;
Cuidai, enquanto é tempo, em terdes conta!
Os ritmos e as circunstâncias diferem. O tempo de cada aluno já não coincide com os sonhos dos adultos e o tempo de cada professor já não se compadece com o hábito de vivermos como donos exclusivos do saber.
Precisamos de antídotos para rotinas instaladas. É preciso reflectir ouvindo-nos uns aos outros. Tenho sempre presente o provérbio chinês: «o que eu ouço, esqueço; o que eu vejo, recordo; o que eu faço, aprendo». É preciso reafirmar a necessidade do aperfeiçoamento de práticas pedagógicas de modo a que todos os alunos aprendam mais, melhor, e mais adequadamente.
Mais que lições sobre precariedade, flexibilidade, currículos, polivalência, penso, sobretudo, numa pedagogia da esperança, que acredita que o futuro é possível, que as nuvens escuras desaparecerão no horizonte, que a relação pedagógica pode ser um lugar de encantamento e a base de toda a aprendizagem.
Penso nas aulas sobre substantivos, adjectivos e verbos. Como se abordássemos os conteúdos nos moldes de uma linha de montagem. A aprendizagem é sempre perfeita sendo natural e informal. A aprendizagem deve acontecer ao ritmo vital da criança. Apenas o vital é aprendido.
Penso nas vantagens dos trabalhos de casa e na preguiça. Roland Barthes tem um ensaio delicioso sobre a preguiça. Para ele há dois tipos de preguiça. O primeiro, de quem está deitado na rede de barriga cheia. O segundo, é a preguiça infeliz, de quem se arrasta sobre os trabalhos de casa. A vida o está chamando noutra direcção mais alegre. Mas ele não tem alternativas. Por isso se arrasta em sofrimento.
Penso no modo como se processa o conhecimento, como ele deve crescer a partir de experiências vividas. O conhecimento é uma árvore que cresce da vida. Boas intenções e muitos esforços esbarram com o cumprimento dos programas, muitas vezes abstractos, fixos e cegos. Ignoram a experiência que os alunos estão vivendo. É inútil produzir vida a partir de uma mesa de anatomia.
Penso em como é bom ser professor, em como é bom sentir o calor humano, em como é bom ensinar a descobrir o mistério das coisas e da vida.
É neste pressuposto que os formadores planificam e desenvolvem a formação, propondo, negociando, ajudando, avaliando e certificando valores, atitudes, comportamentos e competências.
No fundo o que um professor mais deseja é que os seus alunos (aquelas flores) cresçam confiantes nos seus êxitos. E com o decorrer do tempo possamos concluir como Saint-Exupéry, «o tempo que perdeste com aquela flor é que tornou a flor mais importante».

terça-feira, 7 de outubro de 2008

SONATA DE OUTONO

Artigo publicado na Revista Andarilho, n.º 24, Maio, p. 3, 2002.
Por muito apertados que nos vejamos pelas circunstâncias, nunca temos um só caminho a seguir.
Quando penso na liberdade, por mais rigorosa que seja a nossa programação biológica ou cultural, penso sempre na possibilidade de optar por algo que não está no programa, ou mesmo na hipótese de dizer sim ou não.
Nem sempre pergunto aonde vou, pois os caminhos nunca acabam, fico sempre entre a liberdade da dúvida e o conforto da certeza.
Nos fins do Verão, princípios do Outono, do ano lectivo de 2001-2002, a trilogia incerteza-dúvida-liberdade questionou a minha autonomia, como professor, à luz da presente reforma da flexibilização curricular.
O que tinha como adquirido que o professor não pode separar os conteúdos dos processos, que a ênfase deve ser colocada no que se ensina e no modo como se ensina, aumentou o meu cepticismo, com a emblemática criação do Estudo Acompanhado como uma área que visa promover a aquisição de métodos de estudo e de trabalho. Fico com a sensação que esta área será, para muitos docentes, um dispositivo de compensação educativa imposto a todos os alunos, precisem ou não, e instrumentalizado pelas restantes áreas curriculares.
O que tinha adquirido que um professor é um educador, que os direitos e deveres do cidadão, que a cidadania e a educação cívica deveriam estar permanentemente presentes na actuação de todos os docentes, passou a ser mais uma dúvida, com a criação de espaços próprios para alguns professores desenvolverem as ditas abordagens. A grande tarefa de todos os professores ou educadores não é a de instruir, mas a de educar o aluno como pessoa humana, como pessoa que vai trabalhar no mundo tecnológico, mas povoado de corações, de dores, incertezas e inquietações humanas.
Mas como não somos livres de escolher tudo o que nos acontece, somos, no entanto, livres de responder desta ou daquela maneira ao que nos acontece e, sobretudo, somos livres de tentar coisas novas como os nossos alunos.
Um sistema educativo que respeite a liberdade insistirá sempre na responsabilidade de cada um de nós. A minha intervenção prioritária incide no investimento das potencialidades dos alunos.
O futuro, o desenvolvimento social e económico, o progresso de um país passa pela escola, pela valorização e utilização do saber, pela visão integradora dos saberes e pela relação teoria e prática. De que adianta o conhecimento e não saber, de forma autónoma e crítica, aplicar as informações?

sábado, 4 de outubro de 2008

Nos tempos que correm… é preciso acreditar.

Artigo publicado na Revista Andarilho, n.º 27, p. 6, 2005.
«É preciso acreditar, confiar e jamais desistir. Maior que o querer, é lutar e vencer».
Nos tempos que correm, é necessário a mensagem desta canção brasileira para a educação, para o interior das escolas, para o espírito dos educadores e dos educandos, no momento em que assistimos a um pessimismo generalizado quanto ao futuro da educação.
Temos muita habilidade para mexer no acessório, no que é mais fácil mudar, no que envolve menos riscos e raramente damos resposta a questões fundamentais:
- os percursos escolares adaptados aos interesses e necessidades dos alunos e da sociedade;
- as melhores estratégias para remediar as falhas em aprendizagens anteriores;- a integração dos alunos enquanto pessoas com vidas, muitas vezes, confusas e sofridas;
- a atomização e padronização dos tempos e espaços numa lógica disciplinar.
Nos tempos que correm, somos absorvidos por inúmeras tarefas burocráticas. Muitos só pensam em papéis, no número de páginas que tem o Projecto Curricular de Turma, no tempo que demorou a elaborar (em regra durante todo o primeiro período), na duração e quantidade de reuniões e não na sua produtividade. Quanto tempo fica para trocarmos ideias sobre educação?
É preciso acreditar que, ainda, podemos reconquistar o prazer de ensinar e de ser professor.
É preciso acreditar que podemos fazer coisas em conjunto, interdisciplinarmente, sem a exigência administrativa de apresentação de projectos desincentivadores e desmotivantes.
É preciso acreditar que todas as disciplinas devem ter o seu projecto e juntando-os temos novos projectos, que podem esvaziar a Área de Projecto, herdeiro da Área Escola, que já muitos dizem, igualmente, frustrante.
É preciso acreditar que os jovens sentem que nos preocupamos com eles, que os conhecemos, que nos interessamos pelos seus problemas, que os queremos ajudar, que a nossa atitude deverá ser a «pedra de toque» que iluminará o seu futuro.
É preciso acreditar no contacto com a realidade, no impacto motivador das metodologias activas, no aprofundamento da sociabilidade interpares, na ligação da teoria à prática, na aliança da escola à vida.
É preciso acreditar que a escola do quadro e do giz precisa de uma profunda remodelação.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Catálogo da Exposição Comemorativa

Catálogo da Exposição Comemorativa do 20.º aniversário da EB 2/3 Frei Caetano Brandão, realizada em 8 de Novembro de 2002:
1- Retrato em Azulejo situado na estação da CP de AVANCA, Aveiro.
2- Busto existente junto à igreja de Loureiro , concelho de Oliveira de Azeméis.
3- Casa onde nasceu, em Loureiro, Oliveira de Azeméis.
4- Nome de Rua, em Loureiro, Aveiro.
5- Selo Episcopal.
6- Brasão de Armas do Arcebispo.
7- Busto existente no Colégio de S. Caetano.
8- Sepultura do Arcebispo na Capela da Sr.ª da Piedade, na Sé Primaz de Braga.
9- Primitivas instalações do Colégio, fundado por Frei Caetano Brandão, voltadas para o campo D. Luís I.
10- Primitivas instalações do Colégio, voltadas para a Praça do Município.
11- Primitivas instalações do Colégio no Campo de Touros.
12- Foto do Colégio fundado por Frei Caetano Brandão.
13- Rua bracarense com o nome do patrono da escola.
14- Retrato de Frei Caetano Brandão existente no tecto do salão nobre da Câmara Municipal de Braga.
15- Lápide colocada no primitivo edifício do Colégio de S. Caetano, na Praça do Município, por ocasião dos 200 anos da sua fundação.
16- Casa da ordem franciscana onde estudou D. Frei Caetano Brandão.
17- Feira agro-industrial, de 1863, no Campo de Sant’Ana, cujo precursor foi Frei Caetano Brandão.
18- Hospital de S. Marcos onde Frei Caetano fundou uma Escola de Cirurgia.
19- Concurso de Oliveiras, por edital de Frei Caetano Brandão, em 1792. Deste certame resta este exemplar existente no Adro da Igreja da freguesia de Santa Eulália de Negreiros, Barcelos.
20- D. Maria I, nomeou-o Bispo de Belém do Pará e, posteriormente, Arcebispo de Braga.
21- Capitanias do Brasil ao tempo de Frei Caetano.
22- Índios Brasileiros.
23- Memorial sobre a Estátua de Frei Caetano Brandão em Belém do Pará.
24- Paço Arquiepiscopal de Braga.
25- Farmácia dos Órfãos fundada por Frei Caetano.
26- Sacristia da Igreja do Hospital de S. Marcos, onde se encontra um retrato a óleo de D. Frei Caetano.
27- Livros aconselhados pelo prelado bracarense.
28- Retratos vários de Frei Caetano Brandão.
29- Certidão de nascimento de Frei Caetano Brandão.
30- Certidão do segundo casamento da mãe de Frei Caetano Brandão.
31- Bula Roman Pontificis, de Pio VI, onde o transfere do Pará para Arcebispo de Braga.
32- Bula de 1794. Pio VI concede a Frei Caetano Brandão as pensões das Igrejas de S. Salvador e Barbudo para aplicação no Colégio de S. Caetano.
33- Provisão do Arcebispo Frei Miguel da Madre de Deus, 1824, concedendo os frutos da Abadia de Santa Maria de Sanfins do Douro à utilíssima instituição fundada por Frei Caetano Brandão.
34- Nomes de assinantes da 1.ª edição das Memórias de D. Frei Caetano Brandão.
35- Cartão pessoal do Santo Padre Cruz, onde manifesta interesse em estar presente na festa a Frei Caetano Brandão.
36- Carta do Santo Padre Cruz, Director interno do Colégio de S. Caetano, onde solicita a Sua Ex.ª Reverendíssima, autorização para o canto do credo na festividade do patrono da instituição.
37- Original da Provisão de D. Frei Caetano Brandão, de 1794, sobre a Administração geral dos bens.
38- Confirmação Régia da Fundação do Colégio de S. Caetano por Frei Caetano Brandão.
39- Bibliografia vária de e sobre Frei Caetano Brandão.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Associação Comercial de Braga distingue empresa de Tibães

Segundo o Diário do Minho de 30 de Setembro de 2008, a Associação Comercial de Braga (ACB) distinguiu, no dia 25 de Setembro, a empresa «Empreiteiros Casais SA» pelos seus 50 anos de actividade, pelo seu mérito empresarial e associativo e pelo historial de relevantes serviços prestados à comunidade, à região e ao país.
Este reconhecimento público aconteceu na sessão de abertura da 3.ª conferência do Fórum de Economia 2008, que decorreu no salão nobre da ACB.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Igreja de Santa Cruz

Litografia datada de 1866, da Igreja de Santa Cruz, publicada no Jornal Ilustração Popular, n.º 46.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

NÃO DEIXAR O PASSADO NO PASSADO

Artigo publicado na Revista Andarilho, n.º 28, pág. 4, 2006
Já não há qualquer semelhança, entre a Braga de hoje e a de oitocentos retratada por Camilo Castelo Branco «com gente de tamancos e capote a correr para as igrejas chamada pelos sinos». No entanto, quer em Braga como em Portugal ou na Europa, a influência da Igreja, em todos os domínios, é decisiva, é uma matriz que não pode ser olvidada. Sobressaem, assim, figuras ilustres que exerceram um papel determinante no desenvolvimento das regiões e das pessoas.
Neste contexto, quem se propõe a comemorar algo, seja datas, ideias, lugares, pessoas, é uma grande responsabilidade.
Estamos a recordar as comemorações da passagem dos 200 anos da morte do patrono desta escola, figura que ocupa uma posição ímpar entre os prelados portugueses e, reconhecidamente, um dos maiores pedagogos, defensor da educação concebida não como um privilégio, mas como um direito de todos. Para reforçar esta ideia, basta citar Ménici Malheiro, que, no seu livro Braga Contemporânea, depois de referir que poucos são os Arcebispos de Braga que merecem o nosso respeito, acrescenta: «Dos arcebispos, só um merece o nosso aplauso, por isso mesmo não foi canonizado: - D. Frei Caetano Brandão, antigo bispo do Pará, onde fez um excelente lugar para a causa da humanidade». A esta citação, apetece-nos acrescentar: «ainda não foi canonizado».
Nos finais do ano lectivo anterior, aquando da indicação de sugestões para o Plano Anual de Actividades, propúnhamos que a escola comemorasse o bicentenário da morte do seu patrono não só com actividades viradas para o interior e que constassem dos respectivos Projectos Curriculares de Turma, mas que fosse mais além, que perpetuasse esse momento com iniciativas que integrassem a vivência colectiva dos que se seguem, não abdicando de os fazer crescer inteiros, livres e responsáveis.
Neste pressuposto, nasceu a ideia de um busto.
Passámos a congregar esforços onde a realidade comunga da utopia e o passado se enxerta no futuro. Esforços que passaram pelo Conselho Executivo, Conselho Pedagógico, e, sobretudo, pelo engenho e criatividade da professora Eugénia Fernandes. Em seguida, no âmbito da Comissão das Comemorações, encontrámos os patrocínios necessários para fazer face ao elevado custo da obra.
A inauguração do Busto foi um momento alto e emocionante que honrou e dignificou o legado do «Provedor dos Pobres».
Essas comemorações realizadas na cidade de Braga e na sua Terra Natal excederam as expectativas, traduzidas em diversas eventos: publicações, conferências, exposições, concertos, pontifical e romagem ao túmulo.
Ao verbo comemorar gostaríamos de acrescentar mais dois: conhecer e divulgar. A escola teve oportunidade de se abeirar do seu pensamento e, simultaneamente, ser promotora e defensora de causas sociais, remando contra o espectáculo que faz a apologia do imediato, do supérfluo e do efémero.




terça-feira, 2 de setembro de 2008

AOS ALUNOS DA EB 2/3 FREI CAETANO BRANDÃO

Estudar,

Desde o primeiro dia,

Um após outro,

Conscientes que estão em nós,

As armas, que hasteadas,

Rompem os obstáculos que a vida impõe.

domingo, 31 de agosto de 2008

Família Peixoto de Tibães

1-Antónia Peixota, n. S. Paio de Merelim em 17/6/1703. Casada com Gonçalo Coelho, n. S. Paio de Merelim.
2- Bernardo José Coelho, n. S. Paio de Marelim, Couto de Tibães, em 8/11/1728. Casado com Angelica Peixoto, n. Palmeira.
3- Angélica Teresa Peixoto, n. em 24/5/1769, no Lugar da Estrada, em S. Paio de Merelim. Casada com Alexandre José de Oliveira, n. S. Julião da Lage, em 15/5/1764 no Lugar da Boca.
4- Domingos José de Oliveira, n. em S. Paio de Merelim, no Lugar da Estrada, em 16/5/1806. Casado com Mariana Teresa Peixoto, n. em 21/10/1816, na Rua de Cima em Frossos. f. em 13/7/1894.
5- João José Peixoto, n. 22/9/1836 em S. Paio de Merelim. Casou em 22/7/1867 com Maria Duarte, n. 22/4/1842 em Frossos. f. 3/2/1917.
6- António José Peixoto de Oliveira. Faleceu com 79 anos. Teve vários irmãos: Maria dos Anjos, freira, faleceu em Fall River nos USA; Padre José Peixoto de Oliveira, n. 11/11/1878 em Frossos,
Pároco de Martim, Encourados e Milhazes do concelho de Barcelos, Professor no Colégio de S.ta Quitéria; Maria da Conceição Duarte, solteira, faleceu com 80 anos; Francisco Peixoto Duarte, f. em 18/3/1926 com 58 anos, casado com Maria Rosa Alves faleceu com 90 anos.
7- José Peixoto de Oliveira. n. 23/2/1903 em Frossos. Casado com Teresa da Conceição.
8- António José Peixoto de Oliveira, n. 22/4/1925. Casado com Maria Gonçalves, n. 26/3/1926.
9- José Carlos Gonçalves Peixoto (n. 21/05/1950), casado comTeresa da Silva Fernandes Peixoto n. em 08/03/1951.
10- Carlos Daniel Fernandes Peixoto (N. 19/2/1983) e Pedro Filipe Fernandes Peixoto (n. em 27/11/1974), casado com Teresa Celeste Araújo Veiga em 4 de Outubro de 2003.
11- José Pedro Veiga Peixoto (n. a 21/09/2004) e Ana Teresa Veiga Peixoto (n. a 13/4/2008).

domingo, 17 de agosto de 2008

LOGOTIPOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA

Juntamos os logotipos usados pela Câmara Municipal de Braga, nas seguintes datas: 1896, 1910, 1912, 1922, 1929, 1935, 1940 e 2007. Destas pequenas coisas se constrói o património.






quarta-feira, 13 de agosto de 2008

ARCEBISPO E FRADE EM TIBÃES

D. Frei Joaquim de Santa Clara Brandão, pregador das Exéquias do Marquês de Pombal. Nasceu no Porto, em 30 de Agosto de 1740 e faleceu em 11 de Janeiro de 1818. Foi frade beneditino no Mosteiro de Tibães, tendo sido ordenado presbítero em 24 de Maio de 1766. Foi professor universitário e destacado Orador. Foi nomeado para a cátedra arquiepiscopal de Évora em 22 de Julho de 1816, tendo sido curto o seu governo arquiepiscopal.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

TIBÃES - FREGUESIA COM HISTÓRIA

Texto redigido para o site da Junta de Freguesia (http://www.jf-miretibaes.pt/)
Mire de Tibães é uma freguesia do Concelho de Braga, localizada a 6 kms e a Noroeste da Cidade, com grande dimensão regional e nacional. Um verdadeiro Ex-Líbris do Minho. Estende-se em comprimento desde a Capela e Monte de São Gens até à margem esquerda do Rio Cávado, e, em largura, está limitada pelas freguesias vizinhas.
A afabilidade das pessoas anda de mão dada com a sua postura simples. A qualquer pergunta sobre o património da freguesia as pessoas desdobram-se em explicações, prontamente disponibilizada, ora com mais ou menos certeza. É um daqueles locais que parecem estar escondidos com o único propósito de serem descobertos. Estão lá, mas escapam-nos sorrateiramente ao olhar. Justamente porque à actual geração pesa a responsabilidade de honrar o património, de valor mundial, que recebeu dos antepassados.
Também aqui, nas cercanias de Braga, tudo muda, menos a luz do sol, o olhar fascinado pela paisagem, a mesma tez nos rostos das gentes, os usos e costumes (Novenas e Presépio) e as festas (Cerco, N.ª Senhora do Ó, S. Filipe). Uma freguesia palpitante, com Associações Desportivas (ACDMT), Culturais (Rancho Folclórico de S. Martinho de Tibães, Grupo Coral, Grupo Unidos), Sociais (Mulheres em Movimento) e Religiosas (Confraria de N.ª S.ª do Rosário, Confraria de N.ª Senhora do Ó, Associação de Nossa Senhora da Cabeça e de S. Gens).
Terra de origens remotas, mantém ainda muitas das características rurais que marcaram a sua história que começa muito cedo, antes, ainda, da fundação da Nacionalidade. Já o Monarca Suevo Teodomiro possuía junto das águas do Cávado, entre os lugares de Sobrado e Mire, um luxuoso Paço, onde costumava descansar, ausentando-se dos bulícios da corte de Braga.Mas a freguesia deve o seu relevo, à existência do Mosteiro de São Martinho de Tibães, símbolo ímpar do nosso património cultural, cuja fundação, segundo o Conde D. Pedro, se ficou a dever a D. Paio Guterres da Silva.
No século XI, identifica-se Tibães como «a vila onde há pouco foi fundado o mosteiro». No século seguinte, o Conde D. Henrique e D. Teresa concedem ao Mosteiro a Carta de Couto.
No século XVI, a freguesia de Santa Maria de Mire já se encontrava anexa in perpetuum à freguesia de S. Martinho de Tibães.
O Mosteiro, a partir do século XI foi ocupado pela Ordem Beneditina, convertendo-se, no século XVI, em Casa Mãe da Congregação Beneditina para Portugal e Brasil, tornando-se num alfobre de recrutamento monástico. Os edifícios principais, actualmente existentes, foram construídos nos séculos XVII e XVIII, obra prima do Barroco em Portugal.
Nos seus tempos áureos, o Mosteiro era detentor de um valioso espólio de arte, pintura, escultura e uma enorme colecção de livros. Mas devido à sua venda em 1834, a maior parte do espólio foi perdido. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944. Em 1986 após a aquisição pelo Estado Português, é iniciado o processo de recuperação do espólio.

MEMÓRIAS SOBRE D. FREI CAETANO BRANDÃO

Na Oração Fúnebre das exéquias do Eminentíssimo Senhor D. Pedro Paulo de Figueiredo da Cunha e Mello, escrita por Miguel Justino de Araújo Gomes Álvares, Tip. Lusitana, 1857 e recitada na Sé de Braga no dia 19 de Fevereiro de 1857, por ocasião da morte do Arcebispo de Braga e Cardeal, referia o Mestre de Teologia da Ordem de S. Bento: «este nome em fim, Senhores, deve ser gravado com lettras d’oiro a par dos Bartholomeus e dos Caetanos» (p.5) e mais à frente continua «grandes e admiráveis foram por sua caridade o Snr. D. Fr. Bartholomeu dos Mártyres e o Snr. D. Fr. Caetano Brandão» (p.16).